João Assunção alia faculdade com projeto próprio no teatro: 'É difícil furar a bolha e trabalhar'

"Comecei a carreira de ator antes, mas acho que eu ainda estou nessa fase de início de carreira em que é muito teste, é difícil furar a bolha do mercado, entrar e trabalhar. As coisas não funcionam mais como antigamente, hoje em dia, tudo é justo no seu lugar. A gente batalha bastante para chegar nos lugares e conseguir papéis e trabalhos importantes", inicia João, que chegou a estrelar o filme Entre Idas e Vindas com o pai na infância antes de priorizar a atuação na vida adulta com as séries Santo Maldito, do Star +, e De Volta aos 15, da Netflix.

Filho do veterano global explica que grava, em média, um trabalho por ano desde quando iniciou o curso universitário. "Trabalho desde o primeiro semestre da faculdade, gravei Santo Maldito durante meu primeiro semestre. A conciliação entre os dois tem sido tranquilo, a rotina é pegada, mas tem funcionado. Eu estou feliz com esse formato", avalia.

Sempre envolvido com testes de produções audiovisuais, João pontua o fato do período de início não costumar ser uma fase de emendar trabalhos, o que permite conciliar a vida dupla. “Sabia que todo esse período de construção de projeto não te ocupa todo seu tempo, sabia que ia ter tempo de fazer faculdade e é o que está acontecendo. Mas confesso que a carreira de ator para mim é a prioridade sem dúvida nenhuma", afirma.

"Eu uso bastante a minha cota de falta na faculdade para trabalhar e para um teste importante. Tudo o que eu posso usar, eu uso. Até porque só falta um ano e meio de faculdade, daqui a pouco, eu vou estar formado e vou estar livre para seguir minha carreira de ator que é meu sonho realmente", completa.

Com um curso na New York Film Academy, de Los Angeles, nos Estados Unidos, no currículo, o ator justifica a escolha de um diploma de Relações Internacionais para a carreira. "Muita gente me pergunta do curso de Relações Internacionais, porque não tem nada a ver com o que eu faço no dia a dia, eu acho que é um curso extremamente completo. Ele aborda todas as áreas da sociedade", pontua.

"Você aprende o mundo que você vive, de onde você veio, por que você está aqui, qual é o papel de cada um, as teorias que regem o mundo, os sistemas políticos e econômicos que regem o mundo, por que eu sou privilegiado e o porquê que o fulano não é, isso são temas fundamentais do curso. Gosto bastante dele", completa.

Ele defende o leque de possibilidades que uma formação acadêmica pode proporcionar na trajetória profissional. "Daqui a pouco, se tudo der certo, eu vou ter um diploma que vai me possibilitar muitas portas para um plano B, C, D, quantos planos reservas eu tiver que puxar para seguir minha vida".

Após estrelar duas produções no streaming, João fez sua estreia no teatro em novembro com a leitura dramática da obra A Gaivota, formato que inspirou o ator para os palcos em 2024. Ele idealiza, produz e atua um projeto dirigido por Renata Ferrari com cinco textos clássicos da grade de livros da FUVEST, vestibular da Universidade de São Paulo.

"Conversa um pouco com essa vida universitária. Eu sempre estou juntando as coisas, porque acaba me agregando cada vez mais. É o projeto principal do meu ano, não só por ser o produtor e idealizador, mas por todo esse simbolismo. A gente vai juntar grandes atores, relendo as grandes obras da FUVEST, Machado de Assis, Graciliano Ramos, todos esses que são fundamentais para a cultura do país”, conta.

Ele garante a participação de Fabio Assunção e de grandes colegas do pai confirmados como Malu Mader e Marcelo Serrado. “Muita gente gostou bastante [da ideia] porque só teve acesso a esses livros na sala de aula no ensino médio para fazer o vestibular. A gente quer justamente oferecer uma leitura diferente da que você teve com o seu professor. Esse projeto é o meu foco atual na minha carreira de ator. Quando estiver mais próximo da data, eu encorajo todo mundo a ficar atento ao meu Instagram, porque eu vou divulgar tudo isso".

Com apresentação programadas para abril e dezembro, João pretende desenvolver a prática nos palcos para estar ainda mais preparado para o audiovisual. "Vou ficar o ano inteiro no teatro. Aí talvez eu tenha uma melhor condição em fazer esses testes que eu tenho feito e não tenho ficado".