Amora Mautner, diretora da novela Elas por Elas, que terá o último capítulo exibido nesta sexta-feira (12), é só elogios ao elenco da trama, adaptada por Thereza Falcão e Alessandro Marson. Na opinião dela, um ator foi fundamental para que a novela acontecesse: Cássio Gabus Mendes, intérprete do vilão Roberto.
Filho do autor Cassiano Gabus Mendes (1927-1993), responsável pela versão original da novela em 1982, Cássio teve importantes cenas desde o início da novela -- e seguirá assim até o último capítulo, quando seus crimes foram, finalmente, revelados.
"Essa novela seria impossível sem o Cassinho. Afinal, é uma novela com comédia elegante. Não é novela com comédia torta na cara. O tom do Cassinho é o da novela. Em vários momentos, eu falei: 'Cassinho, se eu errar no tom, você me avisa'. A gente teve esse diálogo. O pai dele Cassiano Gabus Mendes, fazia 'dramédia'. Não era exatamente uma comédia, mas também não era drama. Era uma mistura muito elegante. Sem o Cassinho essa novela não seria possível de acontecer. Ele fez acontecer", afirmou.
Cássio Gabus Mendes considera que o trabalho foi especial por diferentes motivos. Além de ser o remake de obra assinada pelo pai, a trama original foi seu primeiro trabalho na TV Globo. "Quando a Amora me ligou, fiquei muito feliz. Eu me sinto muito honrado em fazer parte deste elenco e estaria honrado em qualquer personagem", afirmou. Antes da estreia da trama, a imprensa chegou a especular que ele faria o personagem Mário Fofoca -- originalmente vivido por Luís Gustavo, seu tio --, que ficou com Lázaro Ramos.
ELENCO DE ELAS POR ELAS
Na opinião da diretora, a qualidade cênica dos intérpretes foi importante para o resultado final. "Agradeço profundamente ao elenco. Essa novela se deve muito aos autores e ao elenco. Diferentemente dos mais recentes projetos que eu participei -- que destacavam muito a forma e o mise-en-scène (posicionamento do ator nas cenas) -- este folhetim tem mais a ver com o teatro do que com o cinema. Com isso, a gente precisa ter grandes atores e um texto muito bom".
De acordo com Amora, as escolhas certeiras para os personagens foi peça-chave. "É uma novela para atores. Desde que a gente começou a gravar, era como se eu estivesse assistindo a uma peça de teatro. Na minha opinião, isso só acontece quando temos os atores certos. Demos uma sorte tremenda de ter esse elenco. Eles realmente são uma grande joia. Não tive um ator 'mais ou menos' nesta novela. É tudo obra-prima".
"A comédia começou no ano 500 a.C. e é um gênero precioso. Mesmo quem não tem o hábito de ver comédia, acaba sendo atraído quando a comédia é boa. Para mim, a comédia é muito mais difícil que o drama. Fazer uma comédia dar certo é bem mais difícil que um drama. Essa novela é uma 'dramédia', afinal, o público do horário das 18h também gosta de um bom drama. É um texto com comédia, drama, ação e atuações brilhantes."
MULTIPROTAGONISMO
"Por ser uma novela multiplot, não há tramas paralelas. Tudo é trama principal. Todas as tramas são linkadas. São sete tramas importantes. Minha filha tem 16 anos e nasceu em outra geração. Ela cresceu com o streaming e não vê novela. Quando assistiu ao primeiro capítulo, o comentário dela foi: 'está mais parecido com o que vejo no streaming do que com novelas'. Isso se dá pela estrutura do texto", afirmou Amora, que é mãe da adolescente Júlia, de seu casamento com o ator Marcos Palmeira.