Entrevista
Giulia Costa sobre pressão estética: "A busca pela magreza inalcançável gera distúrbios"
Atriz, que recentemente compartilhou um desabafo sobre a moda atual, falou sobre a onda de busca pela magreza inalcançável e de como seu posicionamento ajuda outras pessoas a pensarem sobre a questão
3 min de leituraGiulia Costa se surpreendeu com a quantidade de pessoas que se identificaram com o seu desabafo sobre não se sentir confortável em fazer compras de roupas em lojas e ter crises de ansiedade em provadores por encontrar peças com a forma cada vez menores. A atriz, de 22 anos, explica sua preocupação com essa busca do padrão é inalcançável.
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���Quando eu falo das minhas inseguranças, muita gente vem me criticar, falando que eu tenho o corpo padrão e que por isso não posso reclamar ou vou gerar mais gatilhos em outras pessoas. Mas este corpo padrão é inalcançável. Talvez para algumas pessoas eu esteja no corpo padrão, mas para outras e para mim e não estou. Esse é o grande problema.
Eu fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que se identificaram com o que eu disse. As pessoas diziam: ‘Eu concordo, os tamanhos das roupas estão diminuindo. É muito difícil’. Não tenho problema algum em vestir um 44 e 46, mas se eu estou vestindo isso, quem era para vestir esse número está vestindo o quê? Essa cultura de 2000, de cintura baixa, sempre vai ratificar mais essa magreza extrema que existia nos anos 2000. Eu achava que a gente estava abandonando isso para chegar a esse movimento do corpo livre, que a gente tanto defende na geração, mas tenho a impressão que a gente está regredindo cada vez mais com essa magreza extrema”, analisa.
“Não vejo um problema na magreza quado você nasce com ela. Cada um tem o seu corpo. Isso que faz o ser humano ser individual. Seria muito chato se todo mundo fosse igual. Mas essa busca pela magreza inalcançável gera distúrbios de ansiedade e de imagem”, continua.
TEMA NA FAMÍLIA
Os papos abertos sobre suas inseguranças e análises sobre padrões de beleza se estendem para os que ela tem com sua mãe, Flávia Alessandra, e sua irmã caçula, Olívia, de 11 anos.
“Minha mãe fala que aprende muito comigo e essa nova geração. Que às vezes para ela é difícil absorver porque é outro pensamento. Ela quando era criança e adolescente sofreu muita pressão para ter um corpo perfeito e até hoje deve sofrer. Minha mãe é um ícone de beleza. Isso deve gerar uma pressão ainda maior”, conta.
“Sempre tento conversar com a minha irmã. Talvez eu seja até um pouco exagerada porque meu maior medo é que ela cresça com essa pressão e todos esses distúrbios de imagem que eu cresci. Eu nem cresci na rede social, ela veio depois. Mas a minha irmã já nasceu com ela. Por mais que tenha um lado bom, isso é muito preocupante, principalmente em relação a essa ditadura da mulher”, explica.
FORA DOS HOLOFOTES
Formada recentemente em Cinema, Giulia tem aproveitado para trabalhar mais atrás das câmeras e se manter mais fora da mídia e da exposição.
“Estou trabalhando mais por trás das câmeras, fiz um longa e devo inciar outro dia 18 de setembro e tenho mais um projeto previsto para o final de fevereiro. Estou amando essa parte por trás das câmeras. E partes porque fico um pouco fora da mídia. Está sendo muito gostoso. Tem esse lado ruim, a exposição”, conta ela, que não pretende deixar de atuar ou de manter atualizada as redes sociais.
“O bom é que um trabalho não exclui o outro, principalmente o de influenciadora. Toda vez que recebo esses relatos, das pessoas se identificando com o que eu falei, me dá muita satisfação.”
[ALERTA: Seja por motivos de saúde, estéticos ou devido à prática de esportes, uma dieta nunca deve ser feita sem o acompanhamento de um médico e/ou de um nutricionista. Cada organismo funciona de um modo distinto e cada dieta precisa de acompanhamentos diferentes. Procure sempre um especialista.]