“O Brasil é um dos países mais burocráticos do mundo quando se fala em tributação e questões legais”, afirma Alex Geovane Leite, 44 anos, cofundador e CEO da Fiscontech. Ele, que veio da área de tecnologia e trabalhava no seu próprio escritório de contabilidade, não se conformava com a maneira como a equipe trabalhava. “Era tudo tão manual que, se eu conseguisse mais clientes, precisava contratar mais pessoas”, diz Leite.
Para resolver seu problema, mergulhou fundo na pesquisa de uma solução que acabou se tornando maior do que o seu negócio. No início de 2020, com o sócio Diego Fonseca, 37 anos e CTO da empresa, fundou a Fiscontech, em Ji-Paraná (RO), e passou a se dedicar apenas à nova empresa.
A startup foi idealizada para ajudar empresas e escritórios contábeis a serem mais produtivos e eficientes, automatizado tarefas e processos tributários. “O foco na automatização visa reduzir o custo em torno da burocracia por causa dos processos muito repetitivos e manuais, além de diminuir também a incidência de possíveis erros”, conta o empreendedor.
Leite explica que, com a plataforma, é possível dispor de 30% da equipe – que pode ser aproveitada em atividades mais estratégicas e produtivas, em vez daquelas mais manuais. “Hoje, o software faz mil lançamentos contábeis por minuto. Uma pessoa leva um minuto para fazer um único lançamento. Ou seja, a plataforma é mil vezes mais rápida”, afirma.
Tudo o que o usuário precisa fazer é contratar um plano adequado, de acordo com o número de CNPJs que atende. Há opções para pequenas, médias e grandes empresas e escritórios contábeis: o Start (inclui cinco CNPJs e custa R$ 119/mês), o Pró (inclui 150 CNPJs e cobra R$ 379/mês) e o Top (inclui 250 CNPJs e custa R$ 636/mês). Caso o cliente trabalhe com mais de 250 empresas, paga por CNPJ extra.
Foco no crescimento
Atualmente, a Fiscontech atende 450 clientes espalhados por todo o país. Embora tenha iniciado suas atividades dois meses antes de a pandemia chegar, Leite conta que o período de “digitalização forçada” foi positivo para eles. “No primeiro ano, já contava com clientes em todos os estados do Brasil”, diz. E os planos para crescer são ambiciosos: “Pretendemos dobrar os serviços e o faturamento nos próximos 6 a 12 meses. Estamos encorpando a plataforma e desenvolvendo novas soluções para ajudar o cliente a evoluir para uma contabilidade mais digital. Um exemplo de novo produto é um módulo de inteligência de mercado focado na tributação, que lançaremos em breve”, conta o empreendedor.
O crescimento tem tudo para ser consistente, já que a Fiscontech vem utilizando recursos de aportes que recebeu – o mais recente, liderado pela Bossa Nova Investimentos e que contou também com outros investidores, em setembro de 2022. Leite não divulga o valor por questões contratuais, mas conta que a verba está sendo empregada no desenvolvimento de novas tecnologias.
Outro ponto a favor da escalada positiva da Fiscontech, segundo Leite, foi ter sido selecionada entre as 100 Startups to Watch de 2022. “Foi um divisor de águas para nós. Evoluímos como negócio e ganhamos maturidade. Apesar de sabermos que somos bons, também sabemos que tem muita gente boa por aí, e que uma empresa sediada no interior de Rondônia, nem sempre é vista. Mas passamos a ser mais vistos!”, afirma o fundador.
Além da visibilidade, Leite aponta que o networking também melhorou e, com ele, novos negócios chegaram e outros estão prestes a serem fechados. “O investimento aportado no segundo semestre já estava em andamento antes da premiação, mas estar entre as 100 Startups to Watch abriu portas para falarmos com outros fundos e outras startups para próximas captações. O prêmio é uma chancela, uma validação para o nosso negócio”, conclui.
As inscrições para a edição deste ano estão abertas e podem ser feitas até o dia 14 de julho pelo site www.100startupstowatch.com.br.