• Paulo Gratão
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Brinquedos de madeira, fantoches e jogos educativos fazem parte do mix de produtos da Casa Lúdica, rede de franquias fundada pela pedagoga Alana Gazaniga, 38 anos, em Blumenau (SC), em 2015. Apaixonada pela proposta, a empreendedora investiu cerca de R$ 500 mil no negócio, mesmo sob a preocupação de familiares e amigos, e hoje tem cerca de 40 unidades em 12 estados. 

Gazaniga era dona de uma escola na cidade, aberta em sociedade com a irmã há mais de 15 anos. Apesar de o negócio ir bem, a pedagoga ainda sentia necessidade de fazer algo mais específico, voltado para brinquedos educativos. Tanto que após oito anos da abertura da escola, ela largou tudo para empreender do zero novamente, causando espanto em amigos e familiares. “Eu amava a escola e ainda é muito importante pra mim até hoje, mas o sonho de empreender com brinquedos educativos não saía do meu coração.”

Casa Lúdica oferece brinquedos educativos sem tecnologia e cresce com franquias (Foto: Divulgação)

Casa Lúdica oferece brinquedos educativos sem tecnologia e cresce com franquias (Foto: Divulgação)

Durante um ano, Gazaniga ficou sozinha à frente da realização do seu sonho. Buscou fornecedores, visitava feiras e fazia pesquisas de como poderia ser a concretização da Casa Lúdica. A ideia era criar um espaço que proporcionasse um entretenimento educativo para crianças, sem tanta dependência da tecnologia. “As pessoas torciam por mim, claro, mas tinham medo de que não desse certo. Era comum eu ouvir ‘ela vai sair de uma escola consolidada para montar uma lojinha de brinquedos’”. 

No início, para conseguir fechar parcerias com as escolas da cidade, a empreendedora precisou se desvencilhar de seu antigo colégio. “As diretoras poderiam me ver como concorrente. A ideia era vender todo o mobiliário educativo para escolas, e eu sabia o que elas precisavam. Eu vivi aquilo.” Além das vendas para as escolas, ela também abriu a pequena loja para receber as famílias. A Casa Lúdica começou com pequenos passos.

No segundo ano de negócio, ela se mudou para um local maior, que tinha um espaço anexo para festas de aniversário à moda antiga, com brincadeiras como batata quente e cantigas de roda. De acordo com ela, muitos pais buscavam essa simplicidade para os aniversários dos filhos, remetendo às suas próprias infâncias, e isso a ajudava a divulgar ainda mais a loja. “Os pais montavam lista de presentes com itens da Casa Lúdica.”

Alana Gazaniga, fundadora da Casa Lúdica: rede já tem mais de 30 franquias (Foto: Divulgação)

Alana Gazaniga, fundadora da Casa Lúdica: rede já tem mais de 30 franquias (Foto: Divulgação)

Além disso, Gazaniga trouxe um sistema de ensino criado por ela para ser aplicado nas unidades da Casa Lúdica, o Sistema Lúdico de Ensino. A metodologia foi pensada para a escola que ela tinha com a irmã, mas com sua saída do negócio, a empreendedora julgou que fazia mais sentido aplicar na nova empresa. “Assim eu também conseguiria atender a mais escolas.” Hoje, o sistema já é aplicado em 67 instituições de ensino. 

Com o tempo, a empresa também criou personagens próprios, além de desenvolver brinquedos terapêuticos, que ajudam na recuperação de crianças que passam por tratamentos de saúde. Um de seus maiores clientes, inclusive, se tornou a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).

Gazaniga diz que não desmerece a importância da tecnologia para as crianças, e acredita que existam benefícios para os pequenos no ambiente virtual. “O que acontece é que as crianças deixaram de ter contato também com outras coisas que também são importantes no mundo real. É isso que queremos resgatar.”

Fachada da Casa Lúdica: rede nasceu em Blumenau (SC) (Foto: Divulgação)

Fachada da Casa Lúdica: rede nasceu em Blumenau (SC) (Foto: Divulgação)

Em 2017 a empreendedora começou a ser sondada sobre franquias do negócio. Mas a possibilidade nem passava por sua cabeça. No entanto, ela afirma que ficou curiosa para entender como funcionava o sistema e foi atrás de informações. “Como tínhamos tudo muito padronizado, comecei a ficar interessada. Nem tanto pelo lado comercial, mas pela possibilidade de levar essa proposta para mais cidades.”

A primeira unidade fora de Blumenau foi inaugurada em Florianópolis, capital do estado, sob o regime de licenciamento, há quase três anos.  A ideia era entender como funcionaria uma operação longe de sua gestão. Em 2020, após mais de um ano de formatação, iniciou a expansão por franquias. 

Interior de loja da Casa Lúdica (Foto: Divulgação)

Interior de loja da Casa Lúdica (Foto: Divulgação)

Hoje, a Casa Lúdica tem 42 fornecedores diretos (alguns exclusivos) e cerca de 40 unidades franqueadas em 12 estados. Os brinquedos mais vendidos são os aramados, que desenvolvem a coordenação motora. O tíquete médio é acima de R$ 150, mas há itens com preços a partir de R$ 20.

As franquias foram desenhadas para trabalhar com a loja de brinquedos e a aplicação do sistema de ensino em escolas. O faturamento depende das vendas que o franqueado fizer para escolas, hotéis, Apaes, casas de repouso e outras instituições com potencial de consumo nas regiões. A média, no entanto, é de cerca de R$ 500 mil por ano, de acordo com a empreendedora. A franqueadora tem um faturamento anual aproximado de R$ 850 mil. 

Gazaniga começou sozinha, mas hoje o grupo da Casa Lúdica abarca mais quatro empresas além da rede de lojas: Neuroludikids (espaço multissensorial e terapêutico com recursos tecnológicos dinâmicos e saudáveis para o aprendizado; primeira investida tecnológica da empresa), Sistema Lúdico de Ensino (metodologia para educação infantil), LúdiEduca (escola de formação de professores e especialistas) e Distrilu (distribuidora de produtos exclusivos). A empresa também tem sido procurada para formatação de outras franquias na região, segundo a empreendedora.

O investimento inicial total para se tornar um franqueado da marca é a partir de R$ 110,9 mil para espaços de 60 metros quadrados e de R$ 129,9 mil para locais acima de 100 metros quadrados. Para este ano, o plano é chegar a 50 unidades.

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