A cena de 'Harry Potter' que precisou ser repetida 95 vezes

Foram 30 câmeras de apoio, maquiagem ultravioleta e muito trabalho no set de filmagens de um dos longas-metragens da franquia bilionária

Por Redação MONET


Daniel Radcliffe em cena de 'Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1' Divulgação

O mundo de Hogwarts e o mundo do cinema partilham da mesma essência: tudo é mágica. A diferença entre os dois, entretanto, é que nos filmes, a magia se torna um pouquinho mais complexa de se fazer acontecer. Nas produções da franquia de sucesso que adaptaram os livros de J.K Rolling, uma cena específica deixou o próprio Harry Potter e todo o elenco do filme de cabelos em pé, por precisarem fazer 95 takes da mesmíssima cena.

São oito filmes no total, e aventuras não faltam. Os chamados 'Potterheads' tiveram os anos 2000 todinhos para si, com novas aventuras que levaram Harry, Hermione e Ron aos mais bizarros e divertidos perigos do mundo dos bruxos. Mas nenhuma delas tem o mesmo apelo que o capítulo final da história que levou Harry Potter aos caminhos sombrios de Voldemort. Em 'Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1', o protagonista, seus melhores amigos e a Ordem da Fênix precisam enfrentar os desafios de destruir as horcruxes, fontes da imortalidade do Lorde das Trevas.

Em 'As Relíquias da Morte', Harry e seus amigos finalmente ficam cara a cara com Lorde Voldemort — Foto: Reprodução
'Harry Potter e As Relíquias da Morte', dividido em duas partes, é o capítulo final da trama mágica que apaixonou o mundo — Foto: Divulgação

Para os produtores de 'Relíquias da Morte', entretanto, o desafio foi outro — e foi tão difícil quanto os de Harry.

Em determinado ponto da trama, Harry e os amigos correm perigo ao perceberem que um de seus feitiços de proteção se quebrou. Determinados a protegerem Potter das ameaças malignas, os outros bruxos se reúnem para levá-lo de maneira segura até a toca dos Weasley. O jeito que os jovens encontraram de escudar Harry durante o percurso foi, surpreendentemente, tornando-se cópias dele através da Poção Polissuco. É nesse momento que a icônica cena dos 'Sete Harrys' acontece.

Por si só o trecho é inesquecível: são sete versões do "bruxinho", uma ao lado dao outra, com as vestimentas de cada um dos amigos transformados. Era mágica em sua mais pura forma para os espectadores e enxaqueca para toda a produção do filme.

No total, foram necessários 95 takes para completar a 'Batalha dos Sete Potters'.

A icônica cena dos 'Sete Harrys' em 'Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1' — Foto: Reprodução

"Basicamente você tem uma câmera com controle de movimento e é programada por computador para que faça os mesmos movimentos a cada take. Nós gravávamos uma versão de mim como um dos personagens e aí gravávamos outra cena comigo como outro personagem. E eram coisas muito específicas, então se você se movesse um centímetro a mais para o lado, [o take] era descartado, porque aí, em teoria, eu estaria esbarrando em outra versão de mim",explicou Daniel Radcliffe, o intérprete de Harry, em uma entrevista que revisitou o curioso momento.

O sétimo capítulo da saga de Potter foi lançado em 2010, quando esse tipo de tecnologia era praticamente inacessível no cinema - e bastante complexa de ser utilizada. Ainda que os filmes mais recentes da Marvel nos façam pensar que tudo é fácil e rápido, a realidade dos produtores do longa sobre a última aventura de Harry Potter era outra.

Foram necessários 95 takes para fazer o encontro dos sete Harry Potters acontecer — Foto: Reprodução

Em adição às câmeras oficiais, outras 30 câmeras de apoio fora utilizadas, além de técnicas evoluídas de maquiagem ultravioleta para capturar as expressões dos atores, que seriam combinadas ao rosto de Radcliffe na pós-produção. A decisão de misturar as expressões faciais dos atores foi para manter o efeito do Polissuco ainda mais real — uma vez que a poção é uma espécie de 'copiador', que consegue fazer quem a ingeriu se transformar em quem quer que seja.

Além das questões digitais, outro grande desafio estava nas mãos do próprio Daniel Radcliffe, que precisou interpretar os trejeitos de cada um de seus colegas de trabalho, vestido em suas respectivas roupas.

Para ajudar o protagonista, os atores do elenco todos performaram seus personagens em frente delel, auxiliando-o a copiar os maneirismos individuais de cada personagem.

Cena de 'Harry Potter e as Relíquias da Morte — Parte 1' — Foto: Reprodução

No especial de bastidores do longa, o eterno Harry diz: "Você passa a enxergar as pessoas de um jeito muito mais analítico quando está estudando-as. Tipo, o Rupert [Grint] anda com um certo molejo nos quadris...sabe, é quase uma andada sexy, se é apropriado dizer isso!", brincou.

'Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1' marca o início do fim da Saga Harry Potter, iniciada em 2001 com 'Harry Potter e a Pedra Filosofal'. Gerando milhões de fãs ao redor do mundo - que em boa parte foram apresentados à literatura através dessas histórias, a franquia que lucrou uma fábula ao decorrer da década (estima-se que tenha arrecadado 7,7 bilhões de dólares somente em bilheteria).

É um marco inegável da cultura pop e um dos primeiros exemplos do avanço da tecnologia na indústria cinematográfica. Sem dúvidas, simboliza a magia do cinema em sua mais pura forma, literalmente.

Relembre abaixo o trailer de 'Harry Potter e as Relíquias da Morte — Parte 1', sétimo filme da série de sucesso, adaptada da obra de J.K Rolling, e a célebre cena que precisou de quase uma centena de tomadas para ser feita.

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