• Redação Marie Claire
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O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães (Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães (Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Pedro Guimarães, de 51 anos, presidente da Caixa Econômica, teria assediado sexualmente colaboradoras que trabalham ou trabalharam em equipes que servem diretamente ao gabinete da presidência do banco. A reportagem que revelou as denúncias foi publicada na terça-feira (28) pelo Metrópoles. 

A queixa foi apresentada por diversas mulheres, que tiveram seus nomes preservados. Os detalhes de como foram assediadas também não foram divulgados, para impedir que pudessem ser identificadas. 

No entanto, os depoimentos afirmam que muitos dos "avanços" aconteciam principalmente durante viagens de negócios e que, quando alguma mulher negava as investidas de Guimarães, ele passava a ignorá-la completamente.

Ainda de acordo com as denúncias, era comum que Guimarães fizesse convites inapropriados às subordinadas, como para ir à sauna, piscina ou pedindo para que elas fossem ao quarto dele tarde da noite entregar algo "com urgência", como um carregador ou remédio. Algumas relatam tê-lo encontrado vestindo cuecas samba-canção. Outra diz que ele sugeriu que ela "tomasse um banho e voltasse para discutir carreira".

Guimarães também é acusado de apalpar as nádegas e os seios das funcionárias e de sugerir fazer uma micareta em Porto Seguro com os colaboradores, onde "ninguém seria de ninguém" e "todo mundo estaria nu". Na ocasião, uma das vítimas conta que ele disse que iria "rasgá-la" e que iria "sangrar".

Segundo as mulheres, para o presidente, aceitar as investidas seria uma prova de que as funcionárias "mereceriam" o emprego. 

As vítimas afirmam não terem feito a denúncia antes por medo. “Quando ele percebe que tem algum caso que representa risco, chama para perto, mantém a mulher por perto. Ou então pede às pessoas próximas para que elas sejam observadas”, disse uma das subordinadas que acusam Guimarães.

O presidente não se manifestou sobre as acusações. Já a Caixa, em nota enviada ao Metrópoles, reforçou que não tinha conhecimento das denúncias e que "adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio."

Lauro Jardim, colunista do GLOBO, apurou que Guimarães deverá deixar o cargo de presidente da empresa nesta quarta-feira (29) para reduzir os danos à imagem do presidente Jair Bolsonaro, que tenta reeleição e enfrenta resistência no eleitorado feminino.

Enquanto isso, a colunista Bela Megale diz que o Planalto considera a situação do executivo "insustentável". Já Malu Gaspar aponta a pressão do núcleo político da campanha bolsonarista pela demissão dele.

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