• Redação Marie Claire
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Diferentes pesquisas mostram que erros de diagnóstico médico podem acontecer em uma de cada sete consultas; mulheres são mais propensas (Foto: Pixabay)

Diferentes pesquisas mostram que erros de diagnóstico médico podem acontecer em uma de cada sete consultas; mulheres são mais propensas (Foto: Pixabay)

Diferentes pesquisas mostram que erros de diagnóstico médico podem acontecer em uma de cada sete consultas, reporta a Folha. A maioria dessas falhas é causada por falta de conhecimento do profissional. As mulheres são as mais propensas a passar por essas situações.

Saber o que significa gaslighting pode mudar sua percepção sobre si mesma

Pacientes que sentem que seus sintomas foram desconsiderados usam o termo "gaslighting médico" (a deslegitimação de posicionamentos femininos como 'loucura' ou 'exagero') para descrever experiências em redes sociais. A expressão vem da peça Gaslight que narra a história de um marido que tenta enlouquecer a mulher. “Enlouquecedora” é como muitas pessoas, especialmente mulheres e não brancas, descrevem a busca por um diagnóstico correto.

"Sabemos que as mulheres, especialmente as não brancas, muitas vezes são diagnosticadas e tratadas pelos médicos de modo diferente que os homens, mesmo quando têm as mesmas condições de saúde", declara Karen Lutfey Spencer, pesquisadora que estuda a tomada de decisões médicas na Universidade do Colorado em Denver, em entrevista à Folha.

Além disso, estudos mostram que as mulheres enfrentam períodos mais longos para serem diagnosticadas com câncer e doenças cardíacas, por exemplo, e têm menor probabilidade de receber medicação contra a dor.

Já as pessoas não brancas recebem atendimento com menor qualidade e, os médicos brancos, são mais propensos a descrever pacientes negras como reticentes; o que poderia afetar a qualidade do tratamento, segundo a pesquisa Spencer.

"Eu me lembro de repassar várias vezes na minha cabeça, tentando lembrar o que eu poderia ter feito para fazê-lo reagir daquela maneira", declara Jenneh Rish, mulher que por conta de um diagnóstico errado, enfrentou uma série de mini-infartos sem saber o que acontecia com seu corpo. Segundo ela, o médico menosprezou seus sintomas.

"E, sim, racismo passou pela minha mente", complementa.

É coisa da sua cabeça


As mulheres afirmam que os médicos atribuem seus problemas de saúde física à sua saúde mental, excesso de peso ou falta de cuidados próprios, o que poderia dificultar o tratamento eficaz.

A pesquisa mostra que as mulheres têm duas vezes mais probabilidade que os homens de serem diagnosticadas com doença mental quando seus sintomas são, de alguma forma, compatíveis com doença cardíaca.

A jornalista Sarah Szczypinski começou a sentir dor nos joelhos e inchaço, em 2016, depois de ter seu filho. Um médico lhe falou que estava com depressão pós-parto. Outro que precisava perder peso e fazer agachamentos

Na verdade, Sarah sofria de displasia no quadril exacerbada pela gravidez. A condição agravou ao ponto que ela precisou fazer uma cirurgia, em 2020, que serrou seu fêmur e o realinhou com o quadril.