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Um ano de pandemia: aplicativo contra violência doméstica revela aumento de casos
O aplicativo PenhaS, desenvolvido pelo Instituto AzMina, mostrou aumento no uso durante o último ano, incluindo a funcionalidade "botão do pânico"; entenda
2 min de leitura![Aplicativo de combate à violência doméstica registra aumento em ano de pandemia (Foto: Getty Images) Marie Claire faz um raio-X da violência contra a mulher em em cinco estados brasileiros (Foto: Getty Images)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/PpepOA3ABd7ZZBVlUQXttIInKr8=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2021/03/04/gettyimages-527436078.jpg)
Aplicativo de combate à violência doméstica registra aumento em ano de pandemia (Foto: Getty Images)
PenhaS é um aplicativo que surgiu em 2019 para prestar assistência às vítimas de violência doméstica. Desenvolvido pelo Instituto AzMina, o app teve um salto no uso durante o último ano, com mulheres isoladas em casa com seus companheiros e familiares.
Disponível para aparelhos iOS e Android desde 2019, o PenhaS foi baixado por cerca de 14 mil pessoas em todo o país. No próximo dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o instituto lança uma versão atualizada, com novas funcionalidades e ferramentas para ajudar mulheres vítimas de violência, dentre elas um modo camuflado, que garante mais segurança, e um feed para interação em tempo real entre as usuárias do app, para promover melhor acolhimento.
Há dois anos no ar, o app tem se tornado referência entre iniciativas da sociedade civil no enfrentamento à violência doméstica, inclusive para órgãos públicos: a Casa da Mulher Brasileira de São Paulo e medidas protetivas expedidas por juízes do Fórum Criminal da Barra Funda, maior complexo judiciário criminal da América Latina, indicam o PenhaS.
O app reúne, em um mesmo lugar, três pilares importantes para que mulheres quebrem o ciclo de violência: informação, com uma área com reportagens sobre o tema e mapa onde é possível traçar a rota até uma delegacia ou serviço de atendimento mais próximo; acolhimento, que traz um chat para falar com a equipe d´AzMina e com outras voluntárias do aplicativo; e pedido de ajuda, com um botão para acionar cinco pessoas da rede confiança da usuária, um botão para ligar para a polícia e um gravador para produção de provas.
"No último ano, além do crescimento da base de usuárias em 30%, constatamos que houve um aumento no número de mulheres em situação de violência dentro do aplicativo. Esse perfil contribuiu para que as funcionalidades de socorro (acionar guardiões, ligar para o 190 ou gravar provas contra o agressor) fossem mais usadas", explica Marília Moreira, coordenadora do aplicativo. O crescimento citado foi entre o período de março de 2020 e fevereiro de 2021.
Além do isolamenteo social, Marília ressalta que o aumento também se deu como alternativa pela falta de acesso aos órgãos competentes como delegacias, defensorias, casas de acolhimento e hospitais autorizados a fazer o aborto legal durante a pendemia. A nova versão do PenhaS vem com um mapa das delegacias da mulher atualizado, com informações sobre o funcionamento durante as diferentes fases com restrição de circulação. No último ano, também foram registrados aumentos na quantidade média de guardiões escolhidos pelas usuárias.
"A quantidade de pessoas que acionou o 190 [o telefone de atendimento da Polícia] cresceu. Além disso, houve uma demanda maior no chat em que as usuárias falam diretamente com a equipe do PenhaS e boa parte dos relatos faziam menção ao agravamento das agressões por conta da situação da pandemia e do confinamento em casa", completa Mariana.
Se você se encontra em um relacionamento abusivo ou conhece alguém nessa situação e precisa buscar ajuda e informações, clique aqui para baixar o PenhaS.