Única brasileira no desfile da Versace estreia na Alta-Costura: ‘Preta e nordestina'

Descrever a sensação de caminhar pelas passarelas da Alta-Costura é uma tarefa difícil - ainda mais depois de quase dois anos de desfiles digitais pelas semanas de moda mundo afora. Imagine, agora, sendo a única do seu país em meio a nomes como Bella e Gigi Hadid e Adut Akech. Foi exatamente o que fez a sergipana de 21 anos Mika Santos, que descobriu que seria a única brasileira no desfile outono-inverno da Versace, em Milão, momentos antes de entrar em ação. “Estava tão deslumbrada que fiquei mais na minha. A Gigi e a Bella são super fofas e muito humildes”, lembra.

O debut de Mika foi no desfile da Paco Rabanne em janeiro, em Paris, seguindo para Etro e Dsquared, até Versace e Isabel Marant. “Meu foco sempre foi o mercado internacional”. Dito e feito.

“Eu já sabia que era uma das opções. Desde o ano passado pensava que iria debutar para a Versace, mas acabou não rolando. Foi muito louco, o pessoal da minha agência em Paris falou ‘Você vai para Milão. Lembra da Versace? Vai rolar’”, conta. “No casting nunca dá para saber [o resultado] e, nesse caso, algumas meninas estavam sendo fotografadas, mas outras não. Eu não fui fotografada. Depois entendi que já tinham minha foto porque havia participado de um teste no dia anterior”, completa e garante que fica nervosa até a hora de subir na passarela - mas depois, tudo fica tranquilo.

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Pode-se dizer que sua carreira progrediu de forma meteórica, já que começou a modelar apenas há 3 anos e, agora, viaja o mundo para trabalhar para grifes mundialmente famosas. “Ainda estou me adaptando, é tudo muito novo para mim”, admite. Quando perguntada sobre onde reside, Mika mostra ser uma cidadã do mundo. “Estou em Paris e vou ficar por aqui até Abril. Depois, talvez, eu vá para Londres. Vou ver alguns mercados para ter a minha base”, diz.

A moda não era um amor antigo de Mika, mas, após ser descoberta aos 18 anos (via Facebook!), ela está completamente apaixonada pelos mundos que está descobrindo na indústria. “Era tudo que eu queria. Essa loucura”, conta.

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Ela lembra da infância em Boquim, que atualmente conta com cerca de 26 mil habitantes, seguida pela da mudança drástica para o Paraná aos 11 anos, quando os pais separaram. À reportagem, a modelo tem um pedido: “Deixa bem claro que eu sou de Sergipe, tá? Porque eu tenho muito orgulho de ter vindo de lá. Brasileira, preta e nordestina.”