• Redação Marie Claire
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Americana conta como foi se apaixonar por um pastor luterano (Foto: Thinkstock)

Americana conta como foi se apaixonar por um pastor luterano (Foto: Thinkstock)

Como pastor em treinamento, Collin era inteligente dedicado e um pouco esnobe. Estas eram as características que me atraiam por volta dos 30 anos.

Ele era alguns anos mais novo do que eu, mas era tão sério que parecia ser mais velho. Eu tinha uma queda por ele, e durante um café acabei confessando meus sentimentos.

"Vamos pensar sobre isto como um livro. Nós apenas viramos esta página. Nós não sabemos o que as outras páginas nos reservam", disse Collin.

Ele explicou que poderia ser expulso do seminário se estivesse romanticamente envolvido com uma membro da congregação. Ele teria mais liberdade quando terminasse o seminário na minha igreja, o que seria em alguns meses.

"Podemos esperar e ver o que acontece?", ele perguntou. Animada, eu aceitei.

O que eu não sabia e que Collin já estava em um relacionamento. E, infelizmente, com homem. Embora a minha congregação fosse, orgulhosamente, inclusiva, o casamento entre pessoas do mesmo sexo não era permitido aos clérigos na época.

Eu Lutava em notar qualquer traço de personalidade que poderia revelar que Collin era gay. Ele gostava de música clássica e amava queijos finos, mas muitos mas outros pastores luteranos héteros também gostavam.

Estava cega em ver que Collin somente poderia ser ordenado na igreja luterana se fingisse ser celibatário ou um homem heterossexual em um relacionamento sério com uma mulher.

Sua resposta ambígua quando confessei meu sentimentos parecia menos uma rejeição e mais uma promessa. Ele não podia falar sobre seus sentimentos, mas eu acreditava que ele o faria em breve.

Neste meio tempo ele aceitou a minha ajuda com seus trabalhos. Eu passava noites escrevendo séries de devocionais com ele e comandei um comitê importante na igreja a seu pedido.

Em pouco tempo nós desenvolvemos uma vida social juntos fora da igreja. Todos pareciam felizes com nossa amizade e elogiavam a forma como completávamos um ao outro.

Eu gostei do papel de companheira charmosa de um conselheiro sábio e espiritual. Estive ao seu lado nas funções da igreja e nos cafés nos domingos de manhã.

Eu ouvia seus sermões e sugeria algumas piadas. Nós íamos a concertos e museus juntos. Ele me acompanhou à uma viagem à Long Island para ver uma de minhas peças. Eu falava sobre nosso futuro e ele não me corrigia.

Mas em um determinado momento, meses depois de iniciarmos nosso relacionamento, eu perguntei se ele planejava namorar comigo assim que terminasse o seminário. Ele disse que nunca ficaria interessado por mim. Collin não revelou que era gay e eu não acreditei que esta poderia ser a razão. Eu imaginei que poderia ser outra coisa, talvez eu mesma.

Senti como se fosse um rompimento e fiquei inacreditavelmente ferida. Não conseguia encontrar o amor e a graça pregadas por ele em suas ações. Eventualmente, ele tentou uma desculpa depois que o pastor sênior perguntou-me porque tinha deixado o escritório de Colin daquela maneira, soluçando. Para o pastor, ele era responsável, mesmo que fosse pelo pecado da omissão.

O que eu mais me lembro de sua desculpa foi como Collin foi forçado a fazê-la. Ele falou como se sentiu envergonhado e como o meu afeto por ele ela nojento, mas necessário para acobertar sua história.

Eu tentei permanecer na congregação, mas não pude. Especialmente porque Collin foi ordenado e ganhou um trabalho em tempo integral. Todas as pessoas que achavam o trabalho de Collin genuíno me irritavam porque isto era injusto com todos nós.

Depois de um tempo procurando por outra igreja, finalmente encontrei uma congregação luterana. Lá havia uma pastora amorosa e me senti renovada.