• Natacha Cortêz
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SOCIEDADE CRISE AMOR ROMANTICO (Foto: Bruna Sanches)

(Ilustração: Bruna Sanches)

Não há nada aqui que te fará apostar no amor. Mesmo assim, sugiro que leia até o fim. Com sorte, chegamos lá – eu e você – menos morto-vivos do que já estamos. Há algo de podre no amor romântico de agora. Isso não é exatamente novo. Pensadores muito sérios – talvez você tenha ouvido falar no amor líquido de Zygmunt Bauman, o conceito é de um livro publicado em 2003 – cantaram essa bola antes que ela chegasse ao seu quintal.

Se você é um millennial (nasceu entre 1981 e 1995) aqui vai outro motivo para não abandonar este texto: esses pensadores que investigaram e se mantém investigando as mudanças estruturais, e vagarosas apesar de notáveis, nos romances dizem que é a partir da sua geração que o trem do amor começa a sair do trilho de um jeito irrecuperável.

E então, as mudanças não são apenas sentidas com dor, mas ainda com bem-vindas doses de libertação. Ou seja: estamos falando de um terreno controverso, com perdas e ganhos, no qual perguntar é inevitável e, responder, no mínimo complexo.

Muito dos encontros e desencontros que você pode ter experimentado ao se relacionar amorosamente com alguém pode vir desse "mixed feelings" dos vínculos líquidos, baseados numa lógica do consumo impiedosa e bastante individualista, que reforça o narcisismo como única construção identitária possível.

Essa é a crítica do filósofo marroquino radicado na França Alain Badiou, um comunista que resolveu investigar os (des)rumos do amor romântico a começar pelo início dos anos 2000. Para ele, é muito difícil, senão impossível, se vincular quando se está ensimesmado. É muito difícil, senão impossível, se vincular quando os seus afetos se confundem com a volatilidade do consumo. O que de fato se quer, hoje, quando se busca viver um amor?

Meus pais se conheceram no fim dos anos 1980 em uma quermesse de dia de Santo Antônio em uma cidade no noroeste do Paraná. Trocaram olhares e depois, telefones. Ela passou o do trabalho. Celulares não existiam e sequer telefone fixo havia na casa dos meus avós maternos onde minha mãe vivia. A história engraçada é que meu pai precisava ligar no emprego da minha mãe para conseguir falar com ela. Mais engraçado ainda é que ele morria de vergonha, então passou a ir no fim do expediente da minha mãe bater ponto na calçada do lugar.

A primeira vez que conseguiu tomar coragem e ir, era folga dela, e ele não pôde vê-la. Pense que ele fez tudo isso por uma mulher que nem ainda tinha beijado. O amor naquele tempo exigia uns esforços bem diferentes do arrastar de dedos em um aplicativo de relacionamento dos dias atuais.

Amor e seus meandros têm sido, e especialmente nos últimos anos, o objeto de estudo da socióloga e quadrinista sueca Liv Strömquist. Autora de "A rosa mais vermelha desabrocha: O amor nos tempos do capitalismo tardio ou por que as pessoas se apaixonam tão raramente hoje em dia" (ed. Quadrinhos na Cia), ela se pergunta: "Como a sociedade capitalista moderna de agora afeta e estrutura o amor?".

Para tentar chegar em respostas, Liv vai a partir deste caminho aqui: "Vivemos num tempo em que tudo muda muito rápido, e em períodos curtíssimos. As redes sociais, os aplicativos de relacionamento, a possibilidade de nos conectarmos com milhares de pessoas, sem as barreiras de antes. E ainda, a aceleração do capitalismo e nosso modo de viver completamente pautado no consumo. Seria ingênuo acreditar que tudo isso não impacta nossas vidas e nosso jeito de amar romanticamente. Somos inegavelmente mais livres, e isso é ótimo de muitas maneiras, mas o individualismo extremo que vem com essa liberdade enfraquece os laços sociais com as outras pessoas, o que dá espaço para um novo tipo de ansiedade e superficialidade nas relações pessoais".

Segundo Liv, um dos marcos da revolução do amor é a acessibilidade dos smartphones e o espalhamento da internet "non stop", vulgo 100% online. Para se ter uma ideia de Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostrou que aqui isso acontece de forma marcada desde 2013, quando a venda dos aparelhos celulares conectados explode entre classes mais pobres.

SOCIEDADE CRISE AMOR ROMANTICO (Foto: Bruna Sanches)

(Ilustração: Bruna Sanches)


Liv começa seu quadrinho com uma história hollywoodiana. Ela satiriza os relacionamentos “voláteis” de Leonardo DiCaprio, enumera as namoradas modelos, “todas a mesma pessoa”, do ator, e expõe um homem que não consegue firmar raízes amorosas com ninguém, um sujeito undateable (inamorável, em tradução livre). No fim, põe na boca dele a frase: “Não sinto nada”.

A partir do case DiCaprio, a autora vai de Sócrates, na Grécia Antiga, passando pelo filósofo coreano Byung-Chul Han, até Beyoncé, na esperança de radiografar as mudanças em nossas cabeças e corações.

Para a quadrinista, se estamos amando de um jeito torto é porque temos estragado as coisas “camada por camada”. A começar pelo “desaparecimento do outro”. Ora, já que ficamos cada vez mais absortos em nosso próprio eu, o “outro” tende a desaparecer.

Na era do capitalismo tardio, as libidos são investidas primordialmente em nossas subjetividades. Como estar apaixonado requer alteridade (estado que se constitui por meio de relações de contraste), afinal, “é sobre enxergar o outro como único e incomparável”, diz Liv, fica inviável fazer isso se se está inebriado de si.

Liv ainda fala de um avanço da escolha racional, que nos faz, cada vez mais, sentir menos. Devorei o quadrinho dela em um momento no qual tentava me despir da razão em nome da emoção. Naqueles dias, havia me deparado com um tuíte que dizia: “Sentir devia ser razão suficiente”. Não estou sozinha, pensei, e retuitei. Não demorou para chegar o comentário: “Paramos de ser arrebatados pelas paixões, agora a gente é calculista e pensa mil vezes antes de se jogar. Coloca as coisas na balança o tempo todo. Ninguém sente mais, porque sentir é alto risco”.

Concordo. Liv certamente concordaria. E, veja só, é exatamente essa a teoria da norte-americana bell hooks em Tudo sobre o Amor: Novas Perspectivas (ed. Elefante, 272 págs., R$ 49,90).

O livro de bell trata o amor para além das relações eróticas e românticas e coloca sua importância inclusive na política e na religião. A autora diz que em uma sociedade na qual o patriarcado e o racismo são estruturais e a exploração capitalista rege as relações de produção, o amor dificilmente consegue prosperar. Diz ainda que o encantamento pelo poder e a paralisia provocada pelo medo são obstáculos terríveis para o desejo de nos relacionarmos. É uma obra linda, que pode renovar o fôlego dos mais descrentes.

"Temo que estejamos criando uma geração inteira de jovens que crescerão com medo de amar, com medo de se entregar completamente a outra pessoa, porque terão visto o quanto dói correr o risco de amar e não dar certo"

Harold Kushner

No entanto, apesar de demonstrar esperança, bell destaca o que a preocupa quando pensa nos amantes mais jovens, que chama de cínicos. "No fim das contas, o cinismo é uma grande máscara para um coração decepcionado e traído", escreve. E cita um trecho de autoria do rabino norte-americano Harold Kushner sobre essa preocupação: "Temo que estejamos criando uma geração inteira de jovens que crescerão com medo de amar, com medo de se entregar completamente a outra pessoa, porque terão visto o quanto dói correr o risco de amar e não dar certo. Temo que cresçam procurando intimidade sem risco, prazer sem investimento emocional significativo."

Detalhe, a primeira publicação de "Tudo sobre o amor" é de 1999. A geração que bell cita como "jovens" são justamente os millennials da nossa contemporaneidade. O que me faz lembrar de Luiza, 36 anos, que prova que ter uma vida sexual superativa não é premissa para se estar disponível emocionalmente.

SOCIEDADE CRISE AMOR ROMANTICO (Foto: Bruna Sanches)

(Ilustração: Bruna Sanches)

Romance moderno


Luiza é uma marketeira profissional e uma mulher cosmopolita, de classe média alta. Dessas que passa seis meses em Barcelona, outros seis em Paris, e começa um novo ano em São Paulo ou no Rio de Janeiro – "depende do job". Solteira convicta, e do tipo aquariana desapegada, sofre dos mesmos sintomas do undateable Leonardo DiCaprio. Começa um caso diferente a cada pouso, mas não se vincula a ninguém e desenvolveu um jeito muito dela de terminar as relações, desaparecendo do mapa. O já famoso ghosting, sabe?

Entre os amigos, ela chora as pitangas e diz que não é bem assim que queria que as coisas fossem, que seu real desejo era "settle down" e  "a sorte de um amor tranquilo". Dizem que os amigos riem alto quando ela solta essa. Tranquilidade é tudo que os flertes de Luiza não sentem. Desespero cabe melhor. Se relacionar com ela é pedir para desenvolver o cinismo previsto por bell hooks e Harold Kushner. Contudo, a questão talvez seja outra: quem disse que não é a própria Luiza a grande cínica da história? Ela jura que não.

Aziz Ansari é um comediante, diretor, roteirista e escritor norte-americano. Você pode conhecê-lo por Master of None, a série que ele fez para a Netflix e aborda dramas muito típicos dos millennials. Bem, Aziz é ainda coautor de Romance Moderno: Uma investigação (ed. Paralela, 328 págs., R$ 49,90), lançado em 2015 nos Estados Unidos. O intuito dele com o livro foi, a partir das próprias angústias amorosas, desembaçar o cenário "difícil" dos romances pós-redes sociais.

"Essa é a questão com a internet: o que ela faz não é simplesmente ajudar a encontrar a melhor coisa, ela ajudou a criar a noção de que existe essa melhor coisa e que, se a gente procurar bem, pode encontrá-la", ele pontua. E vai além, explanando os "surpreendentes problemas derivados de ter opções em abundância".

"Nos aplicativos de encontros, a oferta de solteiros querendo se relacionar parece inesgotável. Temos ferramentas para filtrar e encontrar exatamente aquilo que procuramos. Os serviços funcionam o tempo e permitem buscas quando e onde a gente quiser. Acontece que ofertas intermináveis são capazes de gerar angústias idem."

Não à toa, de novo lembro de Luiza, que recentemente passou a assinar as versões pagas do Tinder e do Bumble porque assim, explica, “posso mudar a minha localização e estar em Nova York virtualmente antes de chegar lá”. Dessa forma, quando chega na cidade, já existe o match e já se pode ter o date agendado. O que não faz Luiza abandonar os matches da cidade em que geograficamente, ou corporalmente, está.

Amor-centradas X centrados em si

Coordenadora do grupo de estudo Saúde Mental e Gênero do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade de Brasília, a psicóloga e filósofa Valeska Zanello criou uma metáfora para essa sensação de universo infinito de escolhas. "Prateleira do amor" é o nome do fenômeno, promovido pela lógica do fácil descarte. Acontece que Valeska não vê a situação igual para os gêneros. Segundo ela, a prateleira é marcada por uma desigualdade profunda e estrutural entre mulheres e homens.

"Na nossa cultura os homens aprendem a amar muitas coisas e as mulheres aprendem a amar os homens. Isso nos faz amor-centradas"

Valeska Zanello

Em outras palavras, se está ruim para todo mundo, está pior para as mulheres. Isso porque "o amor é construído de forma identitária para elas, o que significa que o nosso valor de mulheridade é dado por ser escolhida e manter-se escolhida numa relação. Esse é nosso botão de vulnerabilidade".

Eu sei. Você vai dizer que propus tratar a atual incapacidade das pessoas de verdadeiramente se relacionarem, e que agora, depois dos estudos de Valeska, estou dizendo que há uma questão de gênero no amor romântico e que, talvez, as mulheres, e de um jeito diferente dos homens, queiram sim amar. Pois é. "Na nossa cultura os homens aprendem a amar muitas coisas e as mulheres aprendem a amar os homens. Isso nos faz amor-centradas", acrescenta Valeska.

Mulheres amor-centradas em uma cultura que nos pede cinismo – “nothing breaks like a heart”, já disse Miley Cyrus aos 20 e poucos anos, depois de um divórcio – e oferece paixões envelopadas pelo consumo frenético do capitalismo tardio. Essa é a difícil equação que temos na mesa. É também aonde chegou Larissa Pelúcio, professora do Departamento de Ciências Humanas e do Programa de Pós­Graduação em Ciências Sociais, ambos da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

De acordo com suas pesquisas, feitas com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), as incongruências do amor moderno são de fato sentidas por mulheres e homens, e independentemente de orientação sexual ou dos modelos de relacionamento que procuram (monogâmicos ou poligâmicos, por exemplo), mas que, “sem dúvida”, há um abismo entre como os dois gêneros estão (ainda) dispostos a sentir.

O feminismo se popularizou e emancipou as mulheres. E, na atual altura das coisas, tem alcançado até as mais conservadoras. O que faz de nós questionadoras e cada vez menos submissas. Estamos transgredindo os papéis aos quais fomos destinadas”, argumenta Larissa, que cita até mesmo políticas públicas em âmbito nacional nessas transformações, como a Lei Maria da Penha e as leis sobre assédio.

“É claro que isso tudo chega aos namoros, casamentos e paqueras. O político vai se tornando pessoal. E, então, quem são essas novas mulheres e com quais homens querem se relacionar? Temos também novos homens? Diria que não tão novos e atualizados quanto elas. Aí está o abismo. Homens que se aproveitam das modernidades do ‘amor livre’, mas que não querem largar o osso do privilégio, versus mulheres que questionam esses privilégios. Não sei nem se estão falando a mesma língua.”

"Ultimamente, sair com homens é sair vestida de espelho"

Juliana, 39 anos


Por acaso alguém aqui se deparou com um vídeo que rodou o Instagram semanas atrás em que uma mulher desabafava com outra: “Amiga, do que me serve o feminismo se não consigo passar do primeiro date com os homens”? É sobre isso que Larissa está falando.

Juliana* é maquiadora e tem 39 anos. Há pelo menos três percebeu diferenças ao sair com novos caras em Barcelona, onde mora. Em suas palavras, eles não formam vínculo algum, parece que estão sempre saindo com eles mesmos. “Eu sou a garota do segundo date e eles se contentam às vezes com tão pouco – uma transa mais ou menos, um encontro sem nada de relevante – que é assustador”, avalia. “Ultimamente, sair com homens é sair vestida de espelho.”

Do lado de cá, no Brasil, Igor, um analista financeiro de 32 anos, se vê em situação semelhante à percebida por Juliana. Em São Paulo, eleita em outubro de 2021 pela revista britânica Time Out a melhor do mundo para paquerar, diz ter encontros cada vez mais vazios com homens. “O jogo de poder que tenho experimentado se dá pela ausência – e não ausência física porque meus crushes fingem interesse, manda mensagem, mas no fim das contas é como se não estivessem lá, não tem ninguém lá dentro.”

SOCIEDADE CRISE AMOR ROMANTICO (Foto: Bruna Sanches)

(Ilustração: Bruna Sanches)

Enquanto organizava as ideias para este texto, me perguntei se números cairiam bem. Se é o caso, eles indicam as piores notícias mundo afora. Nos Estados Unidos, por exemplo, dos millennials em diante, as gerações são nomeadas inamoráveis e até assexuadas – porque lá, diferentemente dos países da América Latina, há inclusive uma indisposição para o sexo com outras pessoas. Em sua pesquisa, Jean Twenge, professora de psicologia da Universidade de San Diego, identificou um declínio de 56% nas investidas românticas de uma população de universitários em relação à geração de seus pais – ainda que, antes, não casar não fosse uma opção exatamente fácil. O dado é de 2019.

Para seu livro, Aziz Ansari estudou algumas cidades – Tóquio e Paris entre elas. Sua conclusão sobre a primeira é a de que o fenômeno “mulheres solteiras depois dos 30” chega a ser questão de saúde social e de crescimento demográfico. Já sobre a capital francesa, as modernidades estão fazendo os casamentos durarem metade ou menos do que até o fim da década de 1990.

No Brasil, a série histórica de casamentos e dissoluções do IBGE (de 1990 a 2019) mostra que as pessoas se casam cada vez menos (há cinco anos, a curva cai vertiginosamente) e se separam cinco vezes mais. Não acabai aí. O número de divórcios realizados em cartórios no Brasil foi o maior da história no segundo semestre de 2020, quando foram contabilizados 43,8 mil processos. Segundo um levantamento do Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), o aumento foi de 15% em relação ao mesmo período de 2019.

De acordo com a pesquisa de mestrado de Julia Kazana McCarthy para a Universidade de Londres, na Grécia contemporânea, quanto mais a economia fica austera, menos as pessoas se dedicam às uniões amorosas. O que contraria a tendência de tempos anteriores em que, diante de dificuldades financeiras, os casamentos, mesmo que informais, floresciam em nome de uma construção próspera a dois.

"O antídoto contra o amor é qualquer movimento que nos tire da vulnerabilidade e da entrega, do esvaziamento de si e da capacidade de enxergar o outro Liv Strömquist"

Liv Strömquist


Dos textos e pesquisas que consultei, o que mais me surpreendeu foi uma coluna de Arthur Brooks para o The Washington Post em 2019. Ele basicamente tenta provar a crise do amor romântico vivida pelos norte-americanos por meio de números. Um deles é a queda, ano a ano, das vendas no comércio durante o Valentine’s Day, o dia dos namorados dos Estados Unidos. Diante da constante baixa no faturamento, os publicitários de lá passaram a pensar em campanhas voltadas para o “amor-próprio”. “Presenteie quem você mais ama. Você mesmo”, dizia uma delas, criada por um pet shop especializado em vender furões.

"O antídoto contra o amor é qualquer movimento que nos tire da vulnerabilidade e da entrega, do esvaziamento de si e da capacidade de enxergar o outro", pontua Liv Strömquist. "A lógica do capital nos diz o tempo inteiro que se amar é o melhor negócio, mas traveste narcisismo de autoamor. Por que estamos aceitando tudo prontamente, e sem questionar?", ela interpela. E cita a socióloga marroquina Eva Illouz, outra expoente nos estudos sobre o assunto, para nos ajudar a pensar (mais): "O amor exige olhos bem abertos que sejam capazes de sustentar o olhar intenso de outra pessoa." Não de si mesmo, nem de um furão.

*Os nomes foram trocados a pedido dos entrevistados