Celebridades
Aos 70 anos, Tony Ramos diz que aceita a velhice: “Ganhando ônus”
O ator está de volta às telinhas como um vilão em "O Sétimo Guardião" e reflete sobre seus 55 anos de carreira
3 min de leituraChegar perto de Tony Ramos é dar de frente com uma das figuras mais emblemáticas da televisão, daquelas que a gente não vê o tempo passar e não consegue assimilar que completou 70 anos em agosto de 2018. Ao ceder uma entrevista exclusiva à Marie Claire, perguntamos se prefere ser tratado como “senhor ou você” e ele, imediatamente, pediu (quase como uma exigência) continuar sendo apenas “você”.
Longe da imagem de um vovô, o ator diz que envelhecer é saber aceitar a velhice, a idade, e, principalmente, sempre olhar para si mesmo e enxergar que ainda está inteiro.
“Estou ganhando ônus. Fazer 70 anos é uma bênção! É uma permissão de Deus estar aqui trabalhando, recebendo convite de autores para fazer meu trabalho, fazer cinema e teatro. Isso é uma dádiva num país onde, lamentavelmente, a pessoa com 40 anos tem dificuldade para arrumar emprego. Acho que isso é resultado destes 55 anos de carreira, fruto deste trabalho”, comenta.
Nestas mais de cinco décadas de carreira, o ator coleciona personagens emblemáticos que vão dos mocinhos aos grandes vilões, mas ele não consegue fugir do clichê e afirma que gosta mesmo é de interpretar um roteiro muito bem escrito.
"Pode parecer uma resposta óbvia demais, mas é o que acredito: gosto de um bom texto, de uma ideia. O psicopata que eu fiz em A Regra do Jogo era surpreendente e admirável. Tem de ser um personagem que te surpreenda. É isso que me deixa feliz", fala.
Na novela O Sétimo Guardião, de Aguinaldo Silva, que estreia nesta segunda-feira (12), ele interpreta o grande empresário Olavo de Aragão Duarte, um homem pragmático, muito rico, dono de empresas dentro e fora do país, com ares de vilania.
“Ele é viúvo, cuidou da filha sozinho e tem um amor absoluto por ela, mas pensa demais em dinheiro. Ele não é um vilão clássico que está ali para fazer maldades. É um homem prático que, muitas vezes, pode ser confundido. Ele costuma dizer que o dinheiro é o melhor colírio que existe. Chega a ser um homem contraditório porque dá emprego para muita gente, porém é pragmático e chega a ser cruel. Caso tenha prejudicar alguém para ter dinheiro ele não hesita em fazer”, conta.
Vida reservada
Ao contrário de boa parte dos atores, Tony prefere manter bem longe dos holofotes sua vida particular com a mulher, Lidiane Barbosa, com quem é casado desde os 21 anos, e com os dois filhos e netos. Ele diz que isso não foi pensado, mas algo que aconteceu naturalmente.
“Minha mulher e eu somos assim. Nós não temos redes sociais como Instagram e Facebook. Tem alguns falsos por aí. Não que sejamos contra, mas somos assim. É uma questão simples. Então nossa vida pessoal basta somente para nós dois, nossos filhos e netos, alguns amigos íntimos que nos frequentam. Não tem complicação. Não é nada forçado, mas algo natural. Nosso refúgio é ir para o sítio, ficar em casa, visitar amigos e familiares no interior de São Paulo”, limita-se a contar.
Outra característica muito comentada entre os colegas de elenco de Tony é a referência de um homem gentil, educado e boa praça que ele carrega. Por onde passa, o ator encanta com seu jeito simples e de um verdadeiro lord.
“Eu não quero ser referência. Acho que cada um tem um jeito de ser. O fato de ser boa praça, respeitar os outros, não ter inveja e aceitar a idade e a vida, não deveria ser um exemplo. Esta deveria ser a forma como todo mundo deveria pensar. Fico apenas constrangido. Minhas atitudes perante à vida não são para servir de exemplo, apenas são minhas. Se ajudar algumas pessoas, ótimo”, responde com um sorriso no rosto.
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