• Laura Ancona
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Enquanto você lê esse texto, provavelmente estou ninando Irene, minha terceira filha, que deve ter nascido há poucos dias cheia de saúde (*N.E.: Irene nasceu no dia 24 de abril, linda e cheia de saúde! Hoje ela completa 14 dias). Ele, no entanto, foi escrito poucos antes do início da minha licença-maternidade, enquanto estava em vias de fechar esta edição de maio – coincidentemente, mês em que publicamos nosso especial sobre mães. Estou no nono mês de uma gestação muito tranquila, embora considerada de alto risco – engravidei com 39 anos depois de quatro perdas gestacionais e uma gravidez gemelar a termo (de Raul e Teresa, hoje com 6 anos), o que exigiu alguns cuidados especiais e um pré-natal de excelência.
Recebi o convite da Apple para conversar com parte do time responsável pelo desenvolvimento do novo aplicativo de exercícios para puérperas, “Get Back to Fitness After Having a Baby” (volte a treinar após o parto, em tradução livre), lançado em 4 de abril. O assunto me interessa para além do fato de estar grávida. Quando meus filhos nasceram, passei por uma depressão pós-parto severa e parte da minha recuperação aconteceu também por conta do retorno às atividades físicas, orientadas por meu obstetra, Wagner Hernandez, e pela psiquiatra que me acompanhou no período. Além disso, fiz exercícios durante toda a gravidez. Ao cinco meses, troquei o Kung Fu adaptado, luta que pratico há mais de uma década, por um treino aeróbico e de força.

E depois do parto? (Foto: Getty Images)

E depois do parto? App de exercícios específicos para mulheres no puerpério  (Foto: Getty Images)

Não amo academia, mas fazer exercícios durante a gestação me trouxe ganhos reais. Mais disposição para atividades do dia, que incluem cuidar de duas crianças cheias de energia; dirigir esta Marie Claire no período de retorno às atividades presenciais, com muitos eventos e viagens, inclusive duas internacionais; e uma rotina de sono excelente. Mesmo com o pulmão pressionado pela bebê e acordando muitas vezes à noite para ir ao banheiro, tenho dormido surpreendentemente bem.
Conversei então com meu obstetra, uma das maiores referências em gravidez de alto risco do país – Wagner foi diretor do Centro Obstétrico do Hospital das Clínicas e coordenador da Maternidade São Luiz, ambos em São Paulo – para entender a importância da atividade física na gravidez. “Mesmo as sedentárias devem ser encorajadas a praticar exercícios, de três a cinco vezes por semana”, afirma, contando que há poucas exceções à regra, incluindo gestantes com risco de parto prematuro, restrição de crescimento fetal, pré-eclâmpsia e problema cardíaco anterior. “Os benefícios são muitos: menor risco de desenvolver diabetes gestacional e pré-eclâmpsia; controle de peso adequado; maior chance de parto normal”, diz.
Em 2021 a Apple já havia lançado o “Stay Active During Pregnancy” (mantenha-se ativa na gravidez, em tradução livre), um sucesso estrondoso por promover exercícios de intensidade baixa a moderada e adaptáveis a mulheres grávidas, ativas ou não.
Assim como o primeiro, o novo app foi elaborado com a personal trainer Betina Gozo, mãe de um bebê de nove meses na época. “Pensamos na mulher que precisa parar para amamentar”, conta ela, ao explicar os programas com duração de dez minutos, que podem ser feitos individualmente ou em sequência. “A ideia é fortalecer o core, estimular a respiração e recuperar o condicionamento.” Já a médica Lauren Chan, uma das coordenadoras do projeto, ressaltou que os benefícios se estendem à saúde mental da puérpera: “Não é preciso esperar um ano para voltar a se exercitar. Com a liberação do obstetra, já é possível treinar”, afirma.

e  depois do parto? As telas dos aplicativos da apple para o período gestacional e põs-parto (Foto: Divulgação)

As telas dos aplicativos da Apple para o período gestacional e pós-parto (Foto: Divulgação)

Para Wagner, desde que as atividades estejam liberadas e orientadas em relação à frequência, o uso do app é seguro. “Esse tipo de aplicativo atinge um número enorme de mulheres, porque tem custo muito baixo se comparado a um personal trainer”, diz, ressaltando a importância de acompanhar a frequência cardíaca adequada – se não houver um aparelho de monitoramento, como um frequencímetro ou relógios inteligentes, como o Apple Watch, a dica é conseguir falar uma frase inteira ao final do treino, sem cansar. Outro ponto alto é a otimização do tempo. "Quando o bebê nasce, poucas vão ter quarenta minutos seguidos para se exercitar. Dez é mais fácil.” finaliza.

Serviço: Apple Fitness+: R$ 29,90/mês ou R$ 149,90/ano. O programa também faz parte do pacote de assinaturas Apple One Premium.