• Redação Marie Claire
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Márcia ishimoto, 31 anos, tem vitiligo, uma doença autoimune  que causa descoloração na pele pela ausência de melanóCiTos – as células que formam a melanina  (Foto: Caroline Curti (RM MGMT))

Márcia Ishimoto, 31 anos, tem vitiligo, uma doença autoimune que causa descoloração na pele pela ausência de melanócitos – as células que formam a melanina (Foto: Caroline Curti (RM MGMT))

O vitiligo é uma doença autoimune caracterizada pela perda de coloração da pele, provocando manchas brancas em várias regiões do corpo. “É causada pela presença de anticorpos contra antígenos dos melanócitos (células que produzem a melanina) no corpo. O vitiligo afeta de 0,5 a 2% da população mundial”, explica a dermatologista Nídia Lima, da clínica Facelines.

Existem duas formas principais pelas quais o vitiligo pode se manifestar na pele. “Pode ser classificado em segmentado ou unilateral, em que só se manifesta em uma parte do corpo e também pode atingir o cabelo; ou pode ser não-segmentar e bilateral, sua manifestação mais comum, a qual afeta os dois lados do corpo e geralmente as lesões surgem nas extremidades como pés, mãos e boca”, destaca a dermatologista Juliana Neiva.

No auge do verão, a preocupação com os raios solares é constante, principalmente por quem tem a pele mais fragilizada por conta das lesões. “A região com mancha branca causada pelo vitiligo é mais sensível em função da perda de melatonina no local, o que pode causar vermelhidão, ardência e até queimaduras”, diz Juliana. Por isso, para encarar os dias de sol, o filtro solar é essencial.

Apesar de fazer com que a derme fique mais sensível, o risco de câncer de pele nas áreas que apresentam as lesões é menor que o esperado para uma lesão  sem pigmento, aponta Juliana. “O fato ainda não  é bem esclarecido, mas tem sido atribuído à superexpressão da proteína P53, que exerce efeito anticarcinogênico.”

Em alguns casos específicos, há recomendações de tratamento de vitiligo com exposição solar. “Essas exposições devem ser realizadas de forma cautelosa, com poucos minutos de duração, principalmente se foi prescrita alguma medicação pré-exposição”, orienta a dermatologista. É importante destacar que isso só deve ser feito sob avaliação de um médico e sempre com os cuidados necessários.

Todos os tipos de tratamento para vitiligo devem ser individualizados e acompanhados por um dermatologista. Medicamentos tópicos, como corticoides, imunomoduladores (tacrolimus e pimecrolimus), fototerapia, laser, medicamentos sistêmicos podem ser recomendados. “São várias opções de tratamentos que variam de acordo com a atividade e extensão da doença. Há também transplante de melanócitos para casos de vitiligos localizados e estáveis por alguns anos, com ótimos resultados”, explica Nídia.