Na última quinta-feira (21), o jornal Los Angeles Times divulgou que o distrito escolar de Los Angeles, nos Estados Unidos, adotou uma Inteligência Artificial (IA) chamada “Ed” para servir como um "conselheiro estudantil".
A ferramenta está programada para informar os jovens e seus pais sobre notas, resultados de testes e frequência de presença. Além disso, distribui tarefas, sugere leituras e ajuda os alunos com questões pessoais, informando-os até mesmo o horário do ônibus escolar.
“Esta é uma tecnologia que se torna um assistente pessoal para os alunos", explica ao Los Angeles Times Alberto M. Carvalho, superintendente do Distrito Escolar Unificado local. "Ele ["Ed"] desmistifica a navegação do dia ... processa os dados de forma que traz o que os alunos precisam."
Como funciona o "assistente escolar"?
A tecnologia de "Ed" pode se comunicar em 100 idiomas diferentes e atualmente está disponível nas 100 escolas no distrito de Los Angeles. A ferramenta atingiu cerca de 54 mil alunos entre os aproximadamente 420 mil em todo o sistema escolar.
O animador Kevin O’Donnell trabalhou na voz, na aparência e na personalidade do "assistente escolar", que é representado como um sol com óculos escuros. Segundo ele, para os alunos mais velhos isso pode não ser tão relevante, mas "com as crianças mais novas, temos que ter um personagem que eles amem”, ele afirma.
A aluna Guadalupe Gaona do 12° ano nos EUA (o equivalente ao terceiro ano do ensino médio no Brasil) perguntou como estavam suas notas ao chatbot "Ed". O programa contou a pontuação da aluna nas aulas de biologia, governo, dança, economia e literatura moderna. Até mesmo falou que suas notas eram boas e acrescentou: “continue com o bom trabalho”.
Criando um novo diálogo com a plataforma, Gaona perguntou: "Em quais reuniões escolares meus pais podem participar?". "Ed" identificou o conselho do site da escola e as reuniões do conselho escolar, mas não forneceu links.
Além de falhas como essa, há outros limites ao alcance do software de IA: ele tem que permanecer dentro do universo de informações do distrito de Los Angeles. Se um estudante, por exemplo, pergunta sobre a guerra na Ucrânia, provavelmente ele não obteria respostas, segundo conta Alberto M. Carvalho.
Entretanto, o superintendente acrescenta que futuramente essa possibilidade poderá ser aberta, assim que as autoridades do distrito confirmarem que essa expansão é segura e leva a resultados precisos.