Desde o começo de dezembro de 2021, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem delegando os representantes de cada ministério. Nesta segunda-feira (2), a pesquisadora Nísia Trindade Lima assumiu a pasta do Ministério da Saúde, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo desde a criação do ministério em 1953.
Segundo o G1, ao entrar no auditório do Ministério da Saúde, em Brasília (DF), Trindade foi bastante aplaudida e anunciou: "Nossa gestão será pautada pela ciência e pelo diálogo com a comunidade científica".
Autora de livros e artigos sobre a ciência para sociedade, a nova ministra é considerada uma pesquisadora de produtividade de nível superior pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ademais, possui reconhecimentos adicionais por sua produção científica e ações para aprimorar o diálogo entre ciência e sociedade.
Ainda no auditório, Nísia Trindade anunciou algumas medidas que irá tomar durante sua gestão, entre elas o combate ao racismo estrutural no SUS e a revogação de normas que ofendam a ciência, os direitos humanos e os direitos sexuais reprodutivos. Ela também anunciou a criação de uma política de atendimento às pessoas com sintomas pós-Covid, o fortalecimento da Farmácia Popular e ações para reverter as baixas coberturas vacinais.
Trajetória
Nascida no Rio de Janeiro em 17 de janeiro de 1958, Trindade é doutora em sociologia e mestre em ciência política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iesp), e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Antes de assumir o importante cargo no governo de Lula em 2023, a pesquisadora já havia realizado grandes feitos importantes para a saúde no Brasil.
De 2017 até a posse, a ministra atuou como presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Durante seu mandato, Trindade coordenou a Rede Zika Ciências Sociais, um consórcio de pesquisa multinacional e multidisciplinar, e participou de projetos importantes da OMS. Sendo eles a otimização da pesquisa global para os sistemas de saúde dos países e o plano de agenda de saúde de 2030.
Ela também teve destaque durante a pandemia, quando liderou as ações da Fiocruz no enfrentamento da Covid-19. Trindade ajudou a realizar o acordo de encomenda entre o Ministério da Saúde, a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca, que permitiu que a tecnologia de produção da vacina fosse transferida para o Brasil e utilizada na população adulta.
Durante seu discurso de posse, Nísia Trindade reforçou que o compromisso de sua gestão é com a ciência e a sociedade.