História

Por Redação Galileu

Uma pequena biografia escrita no século 19 sobre uma das paleontólogas mais importantes da história foi achada na biblioteca da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e publicada neste mês no periódico Geological Society Publications. “Quando a Biblioteca me enviou uma cópia do manuscrito de quatro páginas, descobri que se baseava parcialmente na passagem do [historiador George] Roberts por Lyme Regis”, comenta o Dr. Michael Taylor em nota.

O documento em questão era um conjunto de memórias sobre os últimos dez anos da vida de Mary Anning, paleontóloga que ficou conhecida por descobrir importantes fósseis em Lyme Regis, cidade da Inglaterra onde ela identificou, pela primeira vez, a existência de répteis marinhos pré-históricos. Alguns dos fósseis recuperados pela cientista eram de ictiossauros e de plesiossauros do período Jurássico, ocorrido de 201 milhões a 145 milhões de anos atrás.

A relevância das descobertas de Anning são lembradas até hoje, tanto pelo seu legado científico quanto como incentivo para mulheres cientistas. A trajetória da paleontóloga já virou um romance escrito por Tracy Chevalier, chamado Remarkable Creatures (sem tradução para o português) e um filme, Ammonite, no qual Anning é interpretada por Kate Winslet.

Imagens das páginas achada na universidade de bristol que contem relatos dos últimos 10 anos de vida da paleontóloga — Foto: Special Collections of the University of Bristol Library.
Imagens das páginas achada na universidade de bristol que contem relatos dos últimos 10 anos de vida da paleontóloga — Foto: Special Collections of the University of Bristol Library.

A análise dos escritos de George Roberts mostram que o historiador retratou os últimos 10 anos de Anning, que faleceu repentinamente, aos 48 anos de idade, no dia 9 de março de 1847. Roberts era diretor de uma escola particular que ficava em frente à loja de fósseis de Mary Anning, em Lyme Regis.

O que os pesquisadores notaram no material analisado é que as anotações começaram a ser feitas em 1837, data revelada por uma marca d'água no papel do historiador, e que, na época, se referiam à Mary Anning como a alguém vivo. No entanto, mais tarde as anotações foram alteradas para relatar os feitos da paleontóloga depois de morta. Editado, o texto tinha o tom de um obituário.

Os autores da análise — Michael Taylor, da Universidade de Leicester, e Michael Benton, professor da Escola de Ciências da Terra de Bristol — comemoraram a descoberta do documento que reconhece as conquistas de Anning ainda viva, já que os textos que se tinha até então sobre ela são póstumos.

“No artigo, mostramos fotografias detalhadas de todas as quatro páginas do documento, bem como nossa leitura das várias versões e modificações. George Roberts foi o autor local que relatou as notícias de Lyme Regis para vários jornais e escreveu seus próprios livros, então, faz todo sentido que ele tenha escrito sobre Mary Anning como uma celebridade conhecida na cidade”, comentam os autores em nota.

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