Saúde

Por Redação Galileu

Bert Janssen, um holandês de 57 anos, foi confirmado como o paciente de transplante de coração que sobreviveu por mais tempo no mundo. Sua cirurgia ocorreu em 1984, quando ele tinha 17 anos, o que significa que o homem viveu por 39 anos e 252 dias desde que recebeu um coração.

De acordo com o Guinness World Records, que divulgou o caso no último dia 13 de fevereiro, o recorde anterior pertencia ao canadense Harold Sokyrka, que viveu 34 anos e 359 dias desde seu transplante.

Aos 17 anos, Bert foi diagnosticado com uma cardiomiopatia - doença que atinge o músculo cardíaco e dificulta o bombeamento de sangue para o corpo. “Alguém que eu mal conhecia tinha acabado de me dizer que eu estava muito doente e tinha apenas cerca de seis meses restantes”, conta o holandês ao Guinness. Na época, nenhum transplante de coração havia sido realizado na Holanda e diversos médicos haviam lhe dado um prognóstico negativo.

Dr. Mattart (esquerda) e Bert (direita) em 2019 — Foto: World Guinness Records
Dr. Mattart (esquerda) e Bert (direita) em 2019 — Foto: World Guinness Records

Porém, seu cardiologista, o Dr. Albert Mattart, tinha algumas conexões com o Hospital Harefield na Inglaterra e conseguiu registrar o adolescente para um transplante de coração lá. Para a sorte de Bert, o tempo de espera foi curto: uma semana após os exames preliminares para cirurgia, dois corações ficaram disponíveis depois de dois jovens falecerem em um acidente de carro, sendo um compatível.

O transplante foi realizado logo após pelo Dr. Magdi Yacoub - o 107º transplante de coração realizado em Harefield. "Desde o momento em que acordei após a cirurgia, senti mais energia no meu corpo do que antes. Isso foi muito estranho, a quantidade de energia que de repente eu tinha”, conta Bert.

O paciente pôde retornar para casa duas semanas depois, no dia 23 de junho de 1984, coincidentemente no mesmo dia em que a Holanda teve seu primeiro transplante de coração.

Bert relata que teve duas rejeições nos primeiros meses após sua operação, mas nenhuma complicação desde então. Contudo, o holandês reclama da quantidade de remédios que precisa tomar todos os dias e dos efeitos colaterais causados por eles. “Nos primeiros anos após o transplante, eu não estava ciente do impacto dos meus medicamentos. Fui desenvolvendo cada vez mais efeitos colaterais com o passar dos anos: eu parecia cada vez mais como estar à mercê das pílulas”, relata.

Bert comemorando o 30º aniversário de seu transplante de coração com sua esposa, Petra, em 2014 — Foto: World Guinness Records
Bert comemorando o 30º aniversário de seu transplante de coração com sua esposa, Petra, em 2014 — Foto: World Guinness Records

Para o futuro, o paciente diz esperar uma postura mais crítica da comunidade médica sobre os medicamentos receitados.

Apesar disso, o transplante não impediu Bert de ter uma vida ativa. Embora tenha se aposentado em 2017, ele trabalhou por mais de 30 anos nos mais diferentes lugares: em uma funilaria, uma carpintaria e por fim, em uma escola, como zelador. Ele também participou do World Transplant Games, competição esportiva conhecida por incentivar a prática de esportes entre aqueles que receberam transplantes de órgãos. Além disso, Bert é casado e tem dois filhos.

Bert ao lado de seu planador, em 2023 — Foto: Reprodução/Guiness World Records
Bert ao lado de seu planador, em 2023 — Foto: Reprodução/Guiness World Records

"Eu nunca poderia imaginar que chegaria tão longe. Agora, é oficialmente comprovado que é possível chegar tão longe tendo um coração doador. Suponho que o marco ainda se moverá bastante e ficarei satisfeito se outros quebrarem meu recorde no devido tempo”, finaliza Bert.

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