Saúde

Por Redação Galileu

Um estudo recente conduzido nos Estados Unidos indicou eficácia de 99% para a vacina VLA1553, da farmacêutica Valneva. Trata-se do primeiro teste de fase 3 de um imunizante candidato para combater o vírus CHIKV, responsável pela doença chikungunya. A pesquisa foi publicada no jornal The Lancet na última segunda-feira (12).

Endêmica em regiões da África, Ásia e Américas, o chikungunya é transmitido por mosquitos infectados pelos vírus CHIKV. Os sintomas costumam aparecer entre quatro e oito dias após a picada do inseto e incluem dor de cabeça, fadiga, náusea e fortes dores musculares e articulares.

Hospitalizações e mortes são raras, mas os sintomas podem prolongar-se durante semanas, meses ou até anos. Atualmente, não existem vacinas aprovadas para prevenir a doença causada pela infecção por CHIKV, tampouco tratamentos antivirais eficazes.

“O chikungunya é considerado um dos vírus com maior probabilidade de se espalhar globalmente. Estudos mostraram que as mudanças climáticas estão impulsionando a propagação dos mosquitos que o transportam para novas áreas do mundo. Portanto, ter uma vacina eficaz é importante para a preparação para futuros surtos”, destaca a autora Katrin Dubischar, em comunicado à imprensa.

Resultados do estudo

Para a execução dos testes, foram recrutados 4.115 adultos saudáveis ​​em 43 locais dos Estados Unidos. Desses, 3.082 participantes (75%) receberam uma dose de VLA1553 e os outros placebo.

Todos foram incluídos na análise de segurança, mas a resposta imune foi testada em apenas um subgrupo de 362 participantes (266 receberam a vacina e 96 receberam o placebo). Os participantes tiveram suas respostas imunes avaliadas uma semana, 28 dias, três meses e seis meses após a vacinação. Eles também registraram os eventos adversos em um diário eletrônico por 11 dias após receberem o imunizante.

No acompanhamento das cobaias, verificou-se que, após uma única dose, o VLA1553 induziu os anticorpos a um nível que é considerado protetor contra a doença entre 99% dos participantes. Ademais, não houve diferença na resposta imune de acordo com a idade e a maioria dos eventos adversos descritos foram leves ou moderados.

Reações graves foram relatadas em 2% dos participantes expostos a VLA1553 e em 1% dos que tomaram placebo. Apenas dois desses casos foram classificados como relacionados à vacina. Nenhum resultou em morte.

Limitações da pesquisa

Como o estudo não foi realizado em uma região endêmica, os pesquisadores não conseguem definir o nível da imunidade pré-existente dos participantes estadunidenses ao vírus chikungunya. Isso impossibilita calcular a segurança da vacina nessa população.

Além disso, o produto é feito a partir de uma versão enfraquecida do vírus vivo. Portanto, provavelmente não é adequado para pessoas com sistema imunológico fragilizado e grávidas.

Além disso, para ser altamente eficaz no controle de doenças endêmicas, a vacina de chikungunya também precisaria ser administrada em crianças. Para determinar a segurança e eficácia nesse grupo, são necessários resultados de outros estudos que ainda estão em desenvolvimento.

“Novas pesquisas com a VLA1553 em regiões endêmicas e em populações expandidas, como um estudo em andamento em adolescentes no Brasil (NCT04650399), serão críticos para afirmar o valor da vacina para a prevenção de CHIKV, assim como estudos de eficácia no mundo real no contexto de surtos reais”, avalia Kathryn Stephenson, especialista que não esteve envolvida na pesquisa da Valneva.

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