Saúde

Por Redação Galileu

Sistemas de inteligência artificial vêm ganhando espaço nas mais diversas áreas, principalmente nas questões de saúde. Já é possível observar algoritmos que detectam desde tuberculose até alguns tipos de câncer, como os de mama e fígado. Agora, mais um tipo de diagnóstico pode ser beneficiado com o uso dessa tecnologia, dessa vez voltado para o coração.

Com um método de aprendizado de máquina, pesquisadores da Universidade College London (UCL), na Inglaterra, conseguiram detectar cinco subtipos de insuficiência cardíaca. Além disso, os especialistas também buscaram validá-los com base em dados representativos da população. O estudo, que contou com dados anônimos de aproximadamente 300 mil pessoas, foi publicado na edição de junho do The Lancet Digital Health

A insuficiência cardíaca é uma condição caracterizada pela incapacidade do coração bombear o sangue normalmente. Os sintomas incluem falta de ar, fadiga, pernas inchadas e batimentos cardíacos acelerados. Na recente pesquisa, todos os pacientes avaliados tinham 30 anos ou mais e foram diagnosticados com insuficiência cardíaca no Reino Unido nos últimos 20 anos.

A partir dessas informações e da tecnologia utilizada, os pesquisadores não só identificaram os subtipos como também classificaram cada um deles. “Depois de definir os grupos, rotulamos os subtipos de insuficiência cardíaca como: início precoce, início tardio, relacionado à fibrilação atrial (condição que causa ritmo cardíaco irregular), metabólico (ligado à obesidade, mas com baixa taxa de doença cardiovascular) e cardiometabólico (ligado à obesidade e doenças cardiovasculares)”, contam os pesquisadores no artigo.

Para não correr o risco de uma análise enviesada, os pesquisadores usaram quatro métodos separados para agrupar casos. Os conjuntos de dados, que abrangeram o período de 1998 até 2018, foram obtidos do sistema de Conexão de Dados de Pesquisa de Prática Clínica (CPRD, sigla em inglês) e da Rede de Melhoria da Saúde (THIN, sigla em inglês). Tudo isso vinculado a registros de internações hospitalares e óbitos.

Para Amitava Banerjee, professor do Instituto de Informática em Saúde da UCL, tanto os médicos conseguirão entender melhor o curso da enfermidade, como também poderão explicar melhor para seus pacientes. “Atualmente, é difícil saber como a doença progride para pacientes individuais. Algumas pessoas ficarão estáveis ​​por muitos anos, enquanto outras pioram rapidamente", afirma.

Os subtipos foram estabelecidos com base em diversos fatores, incluindo idade, sintomas, presença de outras condições, medicamentos que o paciente estava tomando e resultados de exames e outras avaliações, por exemplo, da função renal. A equipe de pesquisa condicionou as ferramentas de IA para identificar os subtipos mais evidentes e depois validou os achados usando as informações da população.

Quando observado o risco de mortalidade, os especialistas viram que, no ano após o diagnóstico, o risco de mortalidade por todas as causas era de 20% para aqueles do subtipo início precoce; de 46% para início tardio; de 61% quando relacionado à fibrilação atrial; de 11% nos casos metabólicos; e de 37% nos quadros cardiometabólicos.

Por fim, a equipe de pesquisa também desenvolveu um aplicativo que os médicos poderiam usar para determinar qual subtipo uma pessoa com insuficiência cardíaca possui, o que pode melhorar as previsões de risco futuro e informar as discussões com os pacientes.

"O próximo passo é ver se essa forma de classificar a insuficiência cardíaca pode fazer uma diferença prática para os pacientes — se melhora as previsões de risco e a qualidade das informações fornecidas pelos médicos e se muda o tratamento dos pacientes. Também precisamos saber se seria rentável. O aplicativo que projetamos precisa ser avaliado em um ensaio clínico ou pesquisa adicional, mas pode ajudar nos cuidados de rotina”, avalia Banerjee.

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