Saúde

Por Redação Galileu

A gravidade não só mantém todos os planetas em órbita ao redor do Sol como também afeta os órgãos de animais e humanos que vivem na Terra. Uma nova teoria apresentada em estudo sugere que essa força fundamental pode causar a síndrome do intestino irritável (SII) — o distúrbio gastrointestinal mais comum, que afeta até 10% da população mundial.

A hipótese foi publicada online nesta quinta-feira (1º) no periódico American Journal of Gastroenterology. O autor do estudo, Brennan Spiegel, diretor de Pesquisa de Serviços de Saúde no Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles (EUA), avalia várias teorias contrastantes que poderiam ajudar a explicar essa possível causa subjacente da síndrome.

O pesquisador descreve como nossos intestinos, coluna, coração, nervos e cérebro evoluíram para lidar com a gravidade. Segundo ele, os sistemas corporais dos humanos são constantemente puxados para baixo, o que pode gerar várias consequências.

“Se esses sistemas não conseguem lidar com o arrasto da gravidade, isso pode causar problemas como dor, cólicas, tontura, suor, taquicardia e problemas nas costas – todos os sintomas observados na SII”, considera Spiegel, em nota. “Pode até contribuir para o supercrescimento bacteriano no intestino, um problema também ligado à SII.”

Ao analisar teorias, desde as que envolvem motilidade, bactérias, até a neuropsicologia do distúrbio, o pesquisador notou que todas apontavam a gravidade como um fator unificador. “No começo parecia bem estranho, sem dúvida, mas à medida que desenvolvi a ideia e a expus aos colegas, começou a fazer sentido”, relata o especialista.

Segundo o autor, o conteúdo abdominal é como um "saco de batatas" que estamos destinados a carregar por toda a vida. Se as estruturas de sustentação do corpo falharem, os sintomas da SII podem ocorrer junto com problemas musculoesqueléticos, podendo haver também danos de motilidade ou supercrescimento bacteriano no intestino.

Isso explica por que a fisioterapia e o exercício são tratamentos eficazes, visto que ambos fortalecem os sistemas de suporte do corpo. Porém, Spiegel ressalta que o intestino não é o único afetado pela gravidade: o sistema nervoso também evoluiu com a força, o que explicaria a sensação de “frio na barriga” que sentimos indo em direção ao chão quando em montanhas-russas ou aviões turbulentos.

“Os nervos no intestino são como um antigo detector de força G que nos avisa quando estamos passando — ou prestes a passar — ​​por uma queda perigosa”, afirma o pesquisador. “É apenas uma hipótese, mas as pessoas com SII podem ser propensas a prever ameaças de força G que nunca ocorrem.”

O neurotransmissor serotonina, necessário para elevar o humor, também pode ter evoluído em parte para controlar a gravidade nos sistemas do corpo, de acordo com o cientista. Sem esse mensageiro químico, as pessoas não poderiam se levantar ou se equilibrar e nem mesmo o sangue circularia o conteúdo intestinal contra essa força.

“A serotonina desregulada pode ser uma forma de falha de gravidade”, diz Spiegel. “Quando a biologia da serotonina é anormal, as pessoas podem desenvolver SII, ansiedade, depressão, fibromialgia e fadiga crônica. Estas podem ser formas de intolerância à gravidade”.

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