Tesouros em ouro são encontrados em tumba de 1,3 mil anos no Panamá

Os achados mostram a riqueza das tradições funerárias da população Coclé, que habitou a região onde se localiza o Parque Arqueológico El Caño

Por Redação Galileu


Múltiplos itens e oferendas eram enterrados junto aos líderes de populações antigas no Panamá Ministério da Cultura do Panamá

Pesquisadores descobriram uma tumba, datada em 750 d.C., de um membro da alta sociedade Coclé, povo que ocupava o Panamá antes da chegada hispânica à região. O achado foi realizado no Parque Arqueológico El Caño e divulgado pelo Ministério da Cultura do Panamá na última sexta-feira (1º).

Artefatos em ouro, cerâmicas e oferendas de grande valor material e histórico foram alguns dos achados arqueológicos da escavação. A descoberta revelou ainda importantes informações sobre as cerimônias e tradições funerárias dessa população, que viveu no local entre 700 e 1000 d.C..

“Esta descoberta apresenta um tipo muito especial de sepultamento, que conhecemos como sepultamentos múltiplos e simultâneos”, conta Julia Mayo, diretora da Fundação El Caño, em comunicado. “Os chamamos assim porque consistem em inumações de um número variável de pessoas (entre 8 e 32 indivíduos) na mesma tumba. Pessoas de alto status, geralmente enterradas junto com outras previamente sacrificadas para servir como acompanhantes."

Tesouros em ouro são encontrados em tumba de 1,3 mil anos no Panamá

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Descobertas revelam a riqueza do povo Coclé

Dentre os achados, havia cinco peitorais, dois cintos de contas de ouro, quatro pulseiras, cinco brincos feitos com dentes de cachalote com capas de ouro, um conjunto de placas circulares de ouro, dois chocalhos, pulseiras e uma tanga feita com dentes de cachorro e um conjunto de flautas de osso.

A escavação da tumba, porém, ainda não foi concluída. O número de pessoas enterradas junto ao líder, por exemplo, não foi quantificado. Mas sabe-se que ele foi enterrado de cabeça para baixo e sobre o corpo de uma mulher – um método de sepultamento comum naquela sociedade. De acordo com Mayo, o avanço dos trabalhos pode levar a mais descobertas, que adicionarão ainda mais informações sobre as práticas funerárias dessa população.

O sítio arqueológico de El Canõ foi descoberto em 1925, mas só começou a ser estudado em 2008. Ao que tudo indica, o local era utilizado como um complexo funerário. Estudos anteriores indicaram a existência de uma linguagem própria, além da presença de instrumentos bem trabalhados e um aparente sistema de hierarquia.

Em 2011, Mayo e sua equipe encontraram o corpo de um líder guerreiro adornado com artefatos de ouro entre outros 25 corpos dispostos de forma específica.

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