• Redação Galileu
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A Torre de Pisa junto à Catedral da cidade, a qual serve de campanário. (Foto: Creative Commons / Walkerssk)

A Torre de Pisa deve desaparecer até o final do século. (Foto: Creative Commons / Walkerssk)

Não é só a nossa cerveja que corre risco com o aumento da temperatura global. Nossa história também está em jogo. Boa parte dos locais descritos pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade correm risco de desaparecer até o final do século.  

Não é de hoje que se sabe que muitas das mais de mil maravilhas culturais e naturais que integram a lista correm algum tipo de risco com as mudanças climáticas. A cidade de Veneza, por exemplo, afunda a cada ano e depende de reduções drásticas na emissão de gases de efeito estufa em todo o planeta para seguir existindo.  

Uma pesquisa liderada por Lena Reimann, geógrafa da Universidade Kiel, da Alemanha, buscou mensurar o risco que os 49 dos locais listados que está localizado na Zona Costeira de Baixa Altitude do Mediterrâneo, com menos de 10 metros acima do nível do mar.

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Publicado na Nature Communications, o estudo mostra que dos 49 patrimônios históricos localizados na costa do mar Mediterrâneo, 37 corre o risco de ficar submerso devido ao aumento do nível do mar até 2100, e 42 de serem destruídos pela erosão.  

Entre eles, estão as ruínas de Cartago, na Turquia, a Torre de Pisa e a Basílica Patriarcal de Aquileia, na Itália. Até o final do século, os pesquisadores prevêem que apenas dois locais, a Almedina de Tunes, na Tunísia, e Xanthos-Letoon, na Turquia, estão fora de risco.

A Itália é o país que concentra a maior parte das ameaças, com 15 locais em risco. Seguida pela Croácia (7), Grécia (4) e Tunísia (4). O local mais ameaçado pela erosão costeira é Tiro, uma cidade fenícia no Líbano moderno.

Não só está localizado exatamente na costa do Mediterrâneo, mas o solo é especialmente arenoso e as ondas atingem uma altura média de 0,7 metros, colocando-o em risco extremamente alto. Os locais com o segundo maior risco são o Pythagoreion e o Heraion de Samos na Grécia.

Os autores do estudo querem que a pesquisa aumente a conscientização e encoraje os formuladores de políticas a desenvolver estratégias para proteger esses legados históricos em face do aumento do nível do mar. Funcionários em Veneza, por exemplo, estão instalando um sistema de barreira móvel para evitar a água das enchentes.

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