Ciência

Por Redação Galileu

Mais de 50 pessoas morreram na tempestade de inverno mais rigorosa em décadas nos Estados Unidos, que gera destruição também no Canadá. Meteorologistas observam a situação, gerada por um “ciclone bomba”, por meio de satélites da Nasa e da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).

Ventos fortes foram visíveis no satélite GOES-East da NOAA, segundo a instituição compartilhou no Twitter na última sexta-feira (23). “Essas imagens incluem ventos derivados de satélites em diferentes níveis da atmosfera. Vermelho é vento de alto nível, azul de nível médio e amarelo é vento de baixo nível”, descreve o tweet.

Segundo o serviço MetSul de meteorologia, o tempo extremo com nevascas e temperaturas de até -48ºC cancelou 15 mil voos e gerou atrasos em mais de 50 mil, além de ter deixado estradas intransitáveis.

“Autoridades relataram condições historicamente perigosas na região de Buffalo, com horas de apagões e corpos encontrados em veículos e sob bancos de neve”, informou o serviço.

Até dia 23 de dezembro, aproximadamente 60% da população dos EUA, ou 200 milhões de pessoas, já estavam sob algum tipo de aviso ou alerta de clima de inverno, conforme disse em tweet o Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) do país.

O que causa o “ciclone bomba”?

Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), uma frente de ar frio está descendo do Ártico, fazendo com que as temperaturas despenquem. O sistema climático está atrapalhando viagens e causando condições de inverno perigosas.

Quase todo mundo a leste das Montanhas Rochosas – cerca de dois terços dos EUA – verá clima extremo, conforme conta Ryan Mauea, meteorologista particular na área de Atlanta, a AP. Embora grande parte da Costa Oeste esteja protegida do frio, espera-se que a frente do Ártico passe de leste a sul até a Flórida.

Tempestade de inverno norte-americana em 23 de dezembro de 2022 — Foto: Satélites GOES-East/NOAA
Tempestade de inverno norte-americana em 23 de dezembro de 2022 — Foto: Satélites GOES-East/NOAA

A empresa norte-americana de previsão do tempo Accuweather define que um ciclone (tempestade não tropical ou furacão) “é essencialmente uma gigantesca coluna ascendente de ar que gira no sentido anti-horário sobre o Hemisfério Norte”.

Já o “ciclone bomba” é nada mais do que um sistema climático em bombogênese. Ou seja, "um ciclone de latitude média que se intensifica rapidamente", segundo a NOAA.

Esta imagem do satélite GOES-East mostra a tempestade de inverno em laranja leitoso enquanto as temperaturas em queda avançam para o sul e para o leste — Foto: @NOAASatellites/Reprodução/Twitter

O termo bombogênese vem da fusão de "bomba" e "ciclogênese", de acordo com a Accuweather. "Todas as tempestades são ciclones, e gênese significa a criação ou começo. Neste caso, bomba refere-se ao desenvolvimento explosivo. Em conjunto, o termo significa fortalecimento de tempestade explosiva", diz o serviço.

A bombogênese é, portanto, uma tempestade (área de baixa pressão) que sofre um rápido fortalecimento. A NOAA diz que o isso pode acontecer "quando uma massa de ar frio colide com uma massa de ar quente, como o ar sobre as águas quentes do oceano”.

Até quando deve durar?

Conforme o Centro de Previsões Hidrometeorológicas (WPC) do NWS, o clima cada vez mais tempestuoso afetará a Costa Oeste até esta terça-feira (27) antes de se espalhar pelas Montanhas Rochosas.

A queda dramática de temperaturas baixas deve durar cerca de uma semana, segundo afirma a AP Judah Cohen, especialista em tempestades de inverno da Atmospheric Environmental Research.

Agora depois do Natal, a expectativa é que as temperaturas voltem a subir, movendo-se de oeste para leste. É provável que permaneçam quase normais até o final do ano na maior parte dos EUA.

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