Ciência

Por Redação Galileu

O cérebro talvez seja o órgão mais complexo do corpo humano, e ainda falta muito para que a ciência entenda por completo o funcionamento de suas milhares de conexões. Um novo estudo realizado pela Universidade de Sydney, na Austrália, apresentou o mapa mais detalhado já feito das ligações entre o hipocampo com o resto do cérebro. Isso pode mudar a maneira como entendemos a memória humana.

A pesquisa foi publicada na revista eLife Sciences, nesta terça-feira (8). “Ficamos surpresos ao encontrar menos conexões entre o hipocampo e as áreas corticais frontais e mais conexões com as áreas iniciais de processamento visual do que esperávamos”, diz Marshall Dalton, pesquisador da Escola de Psicologia da Universidade de Sydney, em comunicado.

Apesar da surpresa, isso faz sentido. O hipocampo desempenha um papel fundamental na transferência de memórias de armazenamento de curto prazo para armazenamento de longo prazo, mas também é essencial para que imaginemos experiências fictícias ou futuras, criando imagens mentais de cenas.

Outro 'diagrama de fiação' de um cérebro humano mostrando as conexões  — Foto: Marshall Dalton/ University of Sydney
Outro 'diagrama de fiação' de um cérebro humano mostrando as conexões — Foto: Marshall Dalton/ University of Sydney

Para construir o mapa, a equipe usou exames de ressonância magnética de um banco de dados de neuroimagem criado para o Human Connectome Project (HCP), um consórcio de pesquisa liderado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos.

Depois, foram processados os dados usando técnicas personalizadas que permitiram aos pesquisadores seguir as conexões de todos os cantos do cérebro até seus pontos terminais no hipocampo. Isso nunca havia sido realizado no órgão humano.

Estudos anteriores feitos nas últimas décadas em cérebros de primatas post-mortem já tinham mostrado essa relação do hipocampo com áreas de processamento visual do cérebro. No entanto, a equipe da Universidade de Sydney descobriu que esse número de conexões é muito maior do que o mostrado por essas pesquisas.

Isso pode indicar que, embora alguns caminhos tenham sido conservados à medida que os humanos evoluíram, nosso cérebro também pode ter desenvolvido padrões únicos de conectividade diferentes de outros primatas. “À medida que o neocórtex se expandiu, talvez os humanos tenham desenvolvido diferentes padrões de conectividade para facilitar a memória específica humana e as funções de visualização que, por sua vez, podem sustentar nossa criatividade”, explica Dalton.

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