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Por Redação Galileu

A aurora verde peculiar e suave vista na imagem é conhecida como “chuva polar” de elétrons diretamente do sol, um fenômeno raro observado pela primeira vez na Terra. Um grupo de cientistas notou o evento sobre o Ártico durante o Natal de 2022 e publicaram recentemente, em 21 de junho, um estudo relatando detalhes na Science Advances.

Esse fenômeno ocorreu devido ao vento solar, que normalmente empurra partículas solares rapidamente para a Terra, que praticamente desapareceu. Isso permitiu que elétrons de alta energia viessem diretamente do sol e caíssem suavemente sobre o Polo Norte, criando uma aurora verde lisa e uniforme no céu, cobrindo uma área de 4 mil quilômetros do céu sem mudanças de brilho ou estrutura visíveis.

Normalmente, as auroras, como as vistas globalmente em maio, movem-se e pulsam, exibindo formas distintas no céu. Esses espetáculos luminosos são causados pelos elétrons do vento solar, partículas carregadas que interagem com o campo magnético da Terra, especialmente em sua extensão conhecida como cauda magnética.

Para desvendar o mistério, pesquisadores liderados por Keisuke Hosokawa, da Universidade de Electro-Comunicações em Tóquio, analisaram dados dos satélites polares do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Eles descobriram que o vento solar havia diminuído drasticamente, praticamente chegando a zero durante a aurora, coincidindo com a abertura de um buraco coronal, onde o campo magnético na superfície do sol se abre.

As imagens de satélite da aurora de chuva polar. 'A' é uma imagem ultravioleta da aurora vista de cima do polo norte a partir de um satélite. "B" é uma imagem similar olhando para o polo sul, mostrando que não havia aurora lá. 'C' e 'D' mostram a energia de íons e elétrons respectivamente sobre o polo norte, enquanto 'E' e 'F' mostram o mesmo para o polo sul sem aurora — Foto: Science Advances (2024)
As imagens de satélite da aurora de chuva polar. 'A' é uma imagem ultravioleta da aurora vista de cima do polo norte a partir de um satélite. "B" é uma imagem similar olhando para o polo sul, mostrando que não havia aurora lá. 'C' e 'D' mostram a energia de íons e elétrons respectivamente sobre o polo norte, enquanto 'E' e 'F' mostram o mesmo para o polo sul sem aurora — Foto: Science Advances (2024)

Comparando esses eventos com imagens do satélite Special Sensor Ultraviolet Scanning Imager (SSUSI), eles confirmaram que a aurora suave e uniforme foi causada pela quase ausência de vento solar, permitindo que elétrons de alta energia caíssem diretamente sobre os pólos terrestres. Acontece que até agora, esse fenômeno só havia sido observado no espaço, nunca visto do solo.

"Combinando observações terrestres e por satélite, provamos que essa aurora única foi produzida por elétrons supratérmicos fluindo diretamente do Sol, conhecida como 'chuva polar" ', afirmaram os pesquisadores ao IFL Science.

Os pesquisadores também estimaram que a dispersão dos elétrons que fluíam do buraco coronal teria abrangido aproximadamente 7.500 quilômetros no céu, o que explica o motivo dessa exibição das Luzes do Norte ter sido tão extensa.

"Esta forma incrivelmente suave e gigantesca é distintamente diferente de uma aurora polar típica", contam os cientistas. "Assim, não pode ser categorizada como qualquer classe previamente identificada de auroras visíveis em latitudes de capa polar."

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