Espaço

Por Redação Galileu

O telescópio Espacial Hubble da Nasa realizou um feito inédito: exposto durante os dias 8 a 12 de janeiro de 2023 na 241ª reunião da American Astronomical Society em Seattle, Washington, o telescópio lançado em 1990 conseguiu identificar o momento em que uma estrela é engolida por um buraco negro.

Quando um buraco negro se alimenta, ele fica à espreita até que uma estrela passe por eles, e o destino do inocente corpo celeste é ser puxado brutalmente pela força gravitacional do buraco negro que a rasga e devora seus gases. Todo processo é feito enquanto a estrela faminta libera intensa radiação.

Porém, o que o telescópio visualizou aponta que, na verdade, o processo de atrair a estrela é mais bonito do que violento, pois como uma dança, a estrela vai sendo puxada para o centro do buraco realizando um movimento circular. O que, para as imagens, criou um rastro de poeira estrelar muito parecido com uma rosquinha.

O que o Hubble viu

O buraco negro flagrado foi o AT2022dsb, que entrou no radar dos astrônomos pela primeira vez em 1º de março de 2022 por meio da All-Sky Automated Survey for Supernovae, uma rede de telescópios terrestres que examina o céu extragaláctico. Os registros são focados em buscar eventos violentos uma vez por semana.

Esses eventos são conhecidos pela autoridades astronômicas como “eventos de perturbação das marés”. Até o momento, cerca de 100 desses eventos em torno de buracos negros foram detectados por astrônomos usando vários telescópios.

Durante um desses eventos, a colisão energética ocasionada foi próxima e brilhante o suficiente da Terra para que os astrônomos do Hubble identificassem o brilho. “Vimos isso cedo o suficiente para podermos observá-lo nesses estágios de acreção de buracos negros muito intensos. Vimos a taxa de acreção cair à medida que se tornava um gotejamento ao longo do tempo", comenta em nota Peter Maksym, do Centro de Astrofísica de Harvard.

Assim, a espectroscopia ultravioleta do Hubble se tornou viável por um período de tempo mais longo do que o normal. O fato de poder estudar o acontecimento por meio da espectrometria da luz ultravioleta, para os astrônomos, é importante pois esses eventos não são muito explorados na luz violeta por conta da demanda de tempo de observação. Os dados retirados por meio dessa iluminação pode desvendar muitos detalhes sobre a vida dos buracos negros.

A estrela mastigada está a quase 300 milhões de anos-luz de distância no centro da galáxia ESO 583-G004, mesmo assim, foi possível analisar as pistas “forenses” do homicídio do corpo celeste, como hidrogênio, carbono e muito mais. A partir da sensibilidade ultravioleta do Hubble foi possível estudar a luz da estrela fragmentada e como ela se comporta ao mergulhar no abismo gravitacional do buraco negro.

As imagens que mostram o formato de rosquinha são provenientes de uma área de gás muito brilhante e quente em forma de rosquinha que já foi a estrela. A área em questão é conhecida como toro, e por mais que pareça pequena, é do tamanho do sistema solar e gira em torno de um buraco negro. "Estamos olhando para algum lugar na borda desse donut. Estamos vendo um vento estelar do buraco negro varrendo a superfície que está sendo projetada em nossa direção a velocidades de 20 milhões de milhas por hora (três por cento da velocidade da luz)", disse Maksym.

O próximo passo dos pesquisadores é entender mais sobre a vida dos buracos negros e o que, definitivamente, ocorre quando uma estrela é engolida por esses buracos supermassivos.

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