Biologia

Por Redação Galileu

Pela primeira vez, um lince-do-canadá (Lynx canadensis) com uma rara pelagem preta foi flagrado por um pesquisador, que registrou o felino em vídeo (assista aqui). A descoberta foi descrita em artigo publicado 10 de outubro na revista Mammalia.

O lince negro foi visto em 29 de agosto de 2020 por Thomas Jung, especialista da Universidade de Alberta, Canadá, e também funcionário do governo de Yukon. O animal aparece em um vídeo de 30 segundos gravado no celular do pesquisador.

De acordo com Jung e outros especialistas que examinaram as imagens, o felino teria melanismo, condição na qual uma mutação genética gera maior produção de melanina, um pigmento encontrado na pele, cabelo e penas dos animais, que resulta em coloração mais escura.

Conforme Jung explica no artigo, acredita-se que o melanismo em felídeos (felidae), como nesse lince, seja causado por uma mutação que reduz a função no gene da proteína de sinalização agouti (ASIP), que é responsável pela distribuição da melanina nos mamíferos.

Menos frequentemente, a causa da condição nesses animais é o aumento na função do gene do receptor de melanocortina-1, que codifica um receptor acoplado à proteína G, o qual exerce um papel central na produção do pigmento que caracteriza a pelagem mais escura.

O lince foi avistado pelo pesquisador quando fazia um belo dia de verão em uma área residencial rural perto da cidade de Whitehorse, em Yukon. Por lá, há habitações próximas a uma floresta dominada por árvores da espécie abeto-branco (Abies alba).

O animal estava a distância de cerca de 50 metros e permaneceu aparentemente pouco incomodado pela presença de pessoas próximas e de um cão — até sair da área, possivelmente devido aos latidos do cachorro.

As imagens de baixa resolução não permitiram um exame muito detalhado do animal, mas algumas características menores foram detectadas. Jung descreveu o lince negro como tendo, por exemplo, pelagem preta com pelos cinza esbranquiçados por toda parte, incluindo na face e dorso.

Isso é muito diferenciado, considerando que a cor da pelagem no gênero Lynx tende a ser estável, com pouca variação dentro das espécies em comparação com outros membros da família dos felídeos. Mais especificamente, o lince-do-canadá geralmente tem pelos acinzentados prateados no inverno, mudando para marrom avermelhado no verão, acompanhados de manchas escuras e pelos pretos só nas pontas de suas caudas e orelhas.

Além de ser o primeiro caso de melanismo na espécie, o avistamento acrescenta variações de cor na pelagem de animais do gênero Lynx. Essas alterações de coloração em mamíferos é de “interesse duradouro”, de acordo com Jung, devido ao seu potencial de ser benéfico ou uma desvantagem em termos evolutivos.

O pesquisador afirma que as mutações de coloração são raras em espécies de cor estável, o que provavelmente é mal-adaptativo. Portanto, ele sugere que a perda de camuflagem para o lince preto ao caçar na neve provavelmente será uma desvantagem para o felino.

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