Em artigo publicado nesta terça-feira (20) na revista Nature Communications, pesquisadores descrevem a descoberta de seis indivíduos com síndrome de Down em diferentes regiões da Europa, em épocas distintas. O estudo foi feito a partir da análise de 9.855 genomas e esquícios de esqueletos.
Os cientistas identificaram seis amostras com três cópias do cromossomo 21, caracterizando a Trissomia 21, ou síndrome de Down (já que a maioria da população apresenta somente duas cópias). Estima-se que esses bebês morreram pouco antes ou logo depois do nascimento. Apenas dois sobreviveram por períodos um pouco maiores: em um caso, 12 ou 16 meses e, em outro, seis meses.
As crianças pertenceram a regiões e períodos diferentes: Irlanda neolítica (3500 a.C), Bulgária da Idade do Bronze (2700 a.C), Grécia da Idade do Bronze (1300 a.C), Espanha da Idade do Ferro (600 a.C) e Finlândia pós-medieval (1720 d.C).
Além disso, em um dos sítios da Idade do Ferro na Espanha, foi encontrado um indivíduo com três cópias do cromossomo 18 – ou seja, portador da síndrome de Edwards.
Os pesquisadores puderam estudar também a forma como os bebês pré-históricos foram sepultados – em todos os enterros, foram seguidas tradições da época ou acrescentadas práticas especiais. Em alguns casos, por exemplo, foram colocados itens como colares de contas coloridas, anéis de bronze e conchas.
No futuro, a equipe pretende continuar a investigação de condições genéticas pouco frequentes. “Nós gostaríamos de entender como as sociedades antigas reagiam a indivíduos que podem ter precisado de mais ajuda ou eram simplesmente um pouco diferentes”, comenta o pesquisador Kay Prüfer.