Arqueologia

Por Redação Galileu

Cáries e infecções dentárias eram comuns entre vikings de Varnhem, na Suécia. Apesar disso, há evidências de que eles buscavam cuidar da saúde dentária de diferentes formas. A descoberta foi feita em um estudo conduzido por especialistas do Instituto de Odontologia da Universidade de Gotemburgo e publicado na última quarta-feira (13) na revista PLOS ONE.

Para a pesquisa, foram examinados 3.293 dentes de 171 pessoas da Era Viking da província histórica de Västergötland, onde se encontram tumbas com esqueletos e dentes bem preservados por condições de solo favoráveis.

No local, são feitas diversas escavações de ambientes vikings e medievais. "Havia vários sinais de que os Vikings haviam modificado seus dentes, incluindo evidências de uso de palitos de dente, limagem dos dentes da frente e até mesmo tratamento dentário de dentes com infecções", conta, em comunicado, Carolina Bertilsson, dentista e pesquisadora associada.

Na população Viking, 49% das pessoas apresentavam uma ou mais cáries. Entre os adultos, 13% tinham cáries, geralmente presente nas raizes, e haviam perdido uma média de 6% dos dentes ao longo da vida — sem contar os dentes do siso. O risco de perda aumentava com a idade. Já as crianças que ainda tinham dentes de leite não apresentavam nenhuma lesão.

A presença de dentes molares com buracos lixados da coroa até a polpa indicou aos pesquisadores um procedimento feito para reduzir dores causadas por infecções. A análise foi feita a partir de exames clínicos usando ferramentas odontológicas padrão sob luz intensa, além de exames de raio-x, como aquele em que o paciente morde uma pequena placa de imagem quadrada.

Segundo o estudo, os dentes da frente limados foram encontrados somente em homens, tanto agora quanto em análises prévias, e podem indicar um marcador de identidade.

Buraco limado da coroa do dente até a polpa, um procedimento que reduz a dor de dente e a infecção — Foto: Carolina Bertilsson
Buraco limado da coroa do dente até a polpa, um procedimento que reduz a dor de dente e a infecção — Foto: Carolina Bertilsson

"É muito empolgante ver isso, e não é muito diferente dos tratamentos odontológicos que realizamos hoje, quando perfuramos dentes infectados", declarou Bertilsson. "Os vikings parecem ter conhecimento sobre dentes, mas não sabemos se eles mesmos faziam esses procedimentos ou se tinham ajuda."

Para a pesquisadora, esse estudo não apenas demonstra a importância dos dentes na cultura viking como sugere que a odontologia era mais sofisticada do que o esperado naquela época.

Mais recente Próxima Telhas de cerâmica de 2,2 mil anos em Jerusalém contam história do Hannukah
Mais de Galileu

Gestação precoce pode refletir em chance de morrer duas a três vezes maior - além de problemas fisiológicos e psicológicos para o resto da vida

Como a gravidez ameaça a saúde de meninas entre 10 e 14 anos

Digit é capaz de agarrar itens e mover cargas comuns em depósitos. Robô estoquista é pioneiro: trata-se da primeira experiência formal de robôs humanoides no setor

Robô humanoide é contratado para o depósito de fábrica de roupas; assista

Pesquisadores investigaram a formação de crateras na superfície marciana e relacionaram o fenômeno com os impactos sísmicos registrados após a queda de meteoritos

Estudo estimou quantos meteoritos caem em Marte todos os anos

Estimativa é de que o brasileiro viva apenas até os 65 anos sem doenças ou incapacidades significativas; estilo de vida ajuda a alcançar a longevidade com saúde

“Healthspan”: saiba a diferença entre viver mais e viver melhor

Região é palco de um conflito travado entre a empresa de carros elétricos de Elon Musk e a população da Alemanha, e já abrigou outras sete bombas

Bomba da Segunda Guerra encontrada em fábrica da Tesla será detonada no sábado

Lista reúne obras que trazem vivências de pessoas LGBTQIAP+ e fatos históricos sobre a luta por direitos e reconhecimento da comunidade; preços vão de R$ 36 a R$ 67

Dia do Orgulho LGBTQIAP+: 6 livros para aprender sobre o movimento

Espécie sofre com a disseminação de câncer transmissível que pode ser detectado de forma mais rápida com o uso de ferramentas de inteligência artificial

Cientistas estão usando IA para tentar salvar diabo-da-tasmânia da extinção

Ainda não se sabe ao certo por que a estrutura abandonada explodiu, mas a hipótese mais plausível envolve um acidente com combustível

Satélite russo explode em 180 pedaços e obriga astronautas da ISS a se esconder

Pesquisa de arqueólogos tchecos que investigou 69 ossadas indica que principais marcas apareciam nas juntas, sobretudo em partes como a cintura, mandíbulas e dedão

Escribas egípcios sofriam com lesões causadas pela má postura no trabalho

Em entrevista à GALILEU, Kamilla Souza fala sobre o trabalho de extrair cérebros de cetáceos - e como eles podem ser modelos para entender, também, o cérebro humano

Brasileira é dona da maior coleção de cérebros de golfinho da América Latina