• Fernando Silva
Atualizado em
Vibrador (Foto: Ilustração: Vini Valente)

(Foto: Ilustração: Vini Valente)

Apesar de Maria Paula morar em Porto Alegre e Eduardo, em Salvador, todas as noites eles arranjam um jeito de ir para a cama juntos. Observando-se pela tela de um tablet, os dois se excitam e gozam graças a brinquedos sexuais conectados entre si. Roberto e Joana não ficam atrás. Ele vê com óculos de realidade virtual os parceiros com os quais interage, recebendo deles inclusive sexo oral. Já ela não hesita em aproveitar um aparelho que, utilizado durante a penetração do namorado, estimula o clitóris e a ajuda no orgasmo.

Seria isso exercício de imaginação? Não. Tirando os personagens, nada aqui é fictício. A indústria do entretenimento adulto já vive essa realidade.

Empresas como a Lovense têm apostado no combo tecnologia e sexo, dupla que dá retorno. Só em 2016, a companhia de Hong Kong faturou US$ 6,8 milhões com a venda de produtos que mais parecem saídos de um filme de ficção científica. Em suas prateleiras há, por exemplo, o masturbador Max e o vibrador Nora, que, via Bluetooth e aplicativo, se ligam e podem dar prazer a homens e mulheres a quilômetros de distância um do outro. Sincronizados, eles utilizam sensores para responder aos movimentos do casal e, assim, simular a mecânica de uma transa.

Segundo Eddy Olivares, gerente de marketing da corporação, a ideia é facilitar a relação de quem vive separado. “Nosso objetivo nunca foi substituir o sexo”, disse ele à GALILEU. “Não tentamos comparar o uso de nossos brinquedos a sexo real. Nós os comparamos ao que as pessoas nessas condições fazem hoje: conversam por vídeo, mandam sextings [mensagens com conteúdo sexual], nudes pelo celular.”

Na mesma onda está a holandesa Kiiroo. Além de produzir o Onyx e o Pearl, respectivamente a versão masculina e a feminina dos sex toys interligados para diversão de uma dupla, a empresa investe em um serviço que une suas ferramentas a vídeos de sites pornôs.

Basta ao usuário baixar o aplicativo FeelMe Technology, conectar os aparelhos ao celular ou ao computador e começar a sentir a pressão das ações de cada modelo que surge em cena. Há erotismo voltado para heterossexuais, gays e até para quem prefere animações (!) em 3-D, no estilo dos personagens do jogo The Sims.

“Acredito que o futuro do sexo esteja ligado à alta tecnologia. Com ela, nem precisamos de parceiro para colocar em prática novas formas de intimidade. [Agora] podemos ser íntimos em muitos contextos, experimentando com nossos corpos e explorando fantasias”, afirma Ashton Egner, gerente de comunicações da marca.

Veja abaixo alguns produtos tecnológicos utilizados pela indústria do sexo:

Ora 2 (Foto: Vini Valente)

Ora 2 (Foto: Vini Valente)

Ora 2 (Lelo)
Esta espécie de anel simula sexo oral por meio de uma bolinha instalada embaixo do silicone que o reveste: giratória, ela pode excitar o clitóris imitando uma língua. À prova d’água, o aparelho tem dez modos de estimulação e é recarregável.
Preço: R$ 892,32

Piu (Foto: Vini Valente)

Piu (Foto: Vini Valente)

Piu (Imtoy)
Este masturbador masculino se conecta ao celular ou tablet via Bluetooth e a um aplicativo da fabricante. Assim, o usuário pode ver vídeos, tanto da plataforma quanto baixados, e sentir as vibrações de acordo com o que ocorre na tela.  
Preço: US$ 199 (cerca de R$ 620)

Pulse (Foto: Vini Valente)

Pulse (Foto: Vini Valente)

Pulse (Nalone)
Além do controle manual das suas sete velocidades de vibração, o aparelho permite ativação por sons. O prazer pode ser induzido por uma canção ou por voz.    
Preço: 74,95 libras esterlinas (cerca de R$ 290)

Hello Touch (Foto: Vini Valente)

Hello Touch (Foto: Vini Valente)

Hello Touch (Jimmyjane)
É um brinquedo unissex, de dispositivos de silicone pulsantes, para se colocar nos dedos. Presa ao pulso do usuário, a fonte de energia se conecta às mãos por fios, fazendo o aparelho ampliar a diversão sexual com um toque biônico.
Preço: US$ 79 (cerca de R$ 248)

Siime Eye (Foto: Vini Valente)

Siime Eye (Foto: Vini Valente)

Siime Eye (Svakom)
Embora à primeira vista pareça um vibrador comum, o aparelho possui luz de LED na ponta e uma câmera interna. Isso mesmo, com o aplicativo da empresa baixado no celular, o sex toy pode gravar vídeos e tirar fotos.
Preço: US$ 249 (cerca de R$ 775)

Eva (Foto: Vini Valente)

Eva (Foto: Vini Valente)

Eva (DAME)
Desenhado por mulheres, para mulheres. Para estimular o clitóris sem a necessidade de manuseio, já que as hastes fazem com que se prenda aos lábios, este vibrador é recomendado para casais, porque deixa espaço livre para ser usado também durante a penetração. 
Preço: US$ 105 (cerca de R$ 325)