• Redação Galileu
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Estudo analisou o número de suicídios ocorridos durante a fase inicial da pandemia de Covid-19 (Foto: Ben Blennerhassett/Unsplash)

Estudo analisou o número de suicídios ocorridos durante a fase inicial da pandemia de Covid-19 (Foto: Ben Blennerhassett/Unsplash)

Um estudo publicado nesta terça-feira (13) na renomada revista The Lancet Psychiatry aponta que não houve aumento significativo no risco de suicídio nos primeiros meses da pandemia de Covid-19

Fizeram parte da pesquisa 70 autores de 30 países que são membros da International Covid-19 Suicide Prevention Research Collaboration (ICSPRC), grupo que foca em avaliar e aconselhar sobre formas de mitigar os riscos de suicídio nesse período.






A pesquisa utilizou informações governamentais para estimar o número de suicídios por mês antes da Covid-19 e comparar com números registrados entre 1º de abril e 31 de julho de 2020. Isso incluindo dados de 21 países, sendo 16 de alta renda e cinco de renda média-alta.

Em nenhum dos países houve evidências de aumento no número dessas ocorrências nos primeiros meses da crise sanitária. Em 12 nações houve inclusive sinais de uma diminuição no suicídio, em comparação com números estimados.

Entretanto, os autores do estudo alertam que é preciso ainda continuar vigiando os índices, já que a pesquisa fornece apenas uma parte dos primeiros meses da pandemia, e não seus efeitos a longo prazo. “Precisamos continuar monitorando os dados e estar alertas a qualquer aumento de suicídio, especialmente quando as consequências econômicas totais da pandemia emergem”, comenta Jane Pirkis, diretora do Centro de Saúde Mental da Universidade de Melbourne, Austrália, em comunicado.

Os pesquisadores problematizam também que o estudo não incluiu países de renda baixa e média-renda, que equivalem a 46% das taxas de suicídio no mundo, uma vez que a maioria dessas nações não tem sistemas de registro de óbitos de boa qualidade ou coletas de dados sobre essas mortes em tempo real.






Outra questão é que os dados não representam grupos de diferentes idades, etnias ou divide os resultados entre homens e mulheres. Também não abrangem efeitos que várias medidas de saúde pública e pacotes de apoio econômico teriam nas taxas de suicídio.

Ainda assim, os resultados são sinal de que os efeitos da pandemia na saúde mental dependem de serviços adaptados para mitigar o suicídio. Um aumento nesse atendimento especializado em países de média e alta renda, assim como de medidas fiscais para combater dificuldades financeiras de desempregados durante a pandemia podem também ter ajudado a evitar um aumento nas taxas de pessoas que tiraram a própria vida no início da pandemia.