• Redação Galileu
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Termo

Termo "má informação" foi escolhido como o mais significativo de 2018 pelo Dictionary.com (Foto: Pixabay/PDPics/Creative Commons)

O dicionário online Dictionary.com elegeu "misinformation" como a palavra de 2018. Em tradução livre, significa "desinformação". Contudo, a escolha do termo com o prefixo gramatical inglês "mis" representa algo que está errado, ou seja, o termo pode significar uma informação incorreta. 

Na língua inglesa há ainda a palavra "disinformation", que também pode ser traduzida como "desinformação". Segundo Jane Solomon, linguista do Dictionary.com, a escolha do prefixo "mis" sobre "dis" foi deliberada, destinada a servir como um apelo para a batalha contra notícias falsas, teorias da Terra plana e movimentos contra vacinas

"A propagação desenfreada de má informação está proporcionando novos desafios para a vida em 2018", ela disse. “A má informação existe há muito tempo, mas na última década a ascensão das mídias sociais mudou a forma como as informações são compartilhadas. Acreditamos que entender o conceito de má informação é vital para identificá-la quando a encontramos e ajudar a reduzir seu impacto."

"Desinformação também teria sido uma palavra interessante para este ano, mas nossa escolha de 'informação errônea' foi intencional", Solomon acrescentou. “É uma palavra de auto-reflexão e pode ser um chamado para uma ação. Você pode ser uma boa pessoa e ainda disseminar informações erradas."

Ao analisar as pesquisas no portal, especialistas do Dictionary.com observaram que a relação com a verdade havia aparecido várias vezes. A palavra “mainstream” (dominante; tendência), por exemplo, disparou em janeiro, quando o termo “mainstream media”, cresceu em proporções gigantescas, usado como um insulto à direita política.

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Em fevereiro, houve aumento de buscas por "white lie" (mentira inofensiva), quando Hope Hicks, então diretora de comunicações da Casa Branca, admitiu que contou algumas mentiras para Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. 

Já o termo "Orwelliano" – cunhado por George Orwell para descrever uma situação, ideia ou condição social que é destrutiva para uma sociedade – apareceu em destaque nas pesquisas de maio. Naquele mês, Sarah Sanders, secretária de imprensa da Casa Branca, foi acusada de afirmar que o governo da China era uma “bobagem orwelliana”.

Por causa dester acontecimentos, o Dictionary.com incluiu termos como "fake news", "pós-verdade" e "homophily" em suas descrições. 

O segundo lugar do ranking ficou com a palavra "representação", impulsionada pela popularidade dos filmes Pantera Negra e Podres de Ricos, que são protagonizados por atores negros e asiáticos, respectivamente. 

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