• *Lucas Alencar
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Documento é um tesouro da história dos Estados Unidos (Foto: Divulgação)

Documento é um tesouro da história dos Estados Unidos (Foto: Divulgação)

Os irmãos Wilbur e Orville Wright haviam trabalhado menos de um mês na construção de uma “máquina voadora” caseira, quando decidiram registrar a patente da invenção, em 23 de março de 1903. Por décadas, os documentos originais da patente do avião dos irmãos Wright foram guardadas nas dependências do Arquivo Nacional dos Estados Unidos, mas a papelada desapareceu.

De acordo com a diretoria do Arquivo Nacional, os documentos deveriam estar na sede da agência, em Washington, mas não foram encontrados quando arquivistas procuraram os papeis para preparar uma retrospectiva da história da aviação, em 2000. “Se alguém colocou no lugar errado, podemos dizer que perdemos, mas não acreditamos que seja algo que alguém roubaria. Vamos investigar”, disse o chefe de operações da agência, William J. Bosanko, em entrevista ao Washington Post, na época em que o desaparecimento foi percebido.

A investigação anunciada por Bosanko levou dezesseis anos, mas as patentes dos irmãos Wright foram encontradas, finalmente. Um dos principais responsáveis pelo achado é o arquivista Chris Abraham, que investigou e descobriu que todos os outros documentos de menor importância relacionados aos inventores estavam armazenados em um depósito do Arquivo Nacional, no Estado do Kansas. Abraham e os colegas Bob Beebe e Mitchell Yockelson viajaram com o intuito de descobrir se as patentes também estavam guardadas por lá, sem muita esperança, já que haviam feito diversas outras viagens perdidas seguindo a trilha dos documentos. “Quando abrimos o arquivo e vimos que as patentes originais estavam lá, fiquei estupefato. Esses papeis são cruciais na história dos Estados Unidos e na história da aviação”, disse Yockelson, em entrevista ao site do museu Smithsonian.

Agora redescobertos, 113 anos depois de terem sido submetidos pelos irmãos ao Escritório de Patentes dos Estados Unidos, os documentos foram devolvidos à sede do Arquivo Nacional, em Washington, e receberão tratamento digital para que se tornem públicos e para que o desespero de perder algo tão importante não apavore novamente os arquivistas.

*Com supervisão de Cláudia Fusco