• Luciana Galastri
Atualizado em

A redação está chocada com essa notícia, publicada no Washington Post: depois de submeter um estudo para publicação, duas cientistas receberam um 'conselho' bizarro da revista em questão. A sugestão era que as pesquisadoras arranjassem 'um ou dois homens' para assinar o estudo com elas - com ênfase no homem. Dessa forma, elas garantiriam que os resultados de seu trabalho não fossem apenas 'interpretações empíricas'.

Oi?

  (Foto: reprodução)

(Foto: reprodução)

  (Foto: reprodução)

(Foto: reprodução)

Os conselhos seguem, dizendo basicamente que, como homens são mais objetivos e 'rápidos', eles conseguem espaços em publicações de maior prestígio.

Sim, devemos considerar que o estudo em questão poderia realmente ter falhas metodológicas. Mas em que planeta a simples presença de um homem entre os nomes de autores poderia resolver essas questões? E uma mulher não teria capacidade de fazer o mesmo?

Fiona Ingleby, uma das autoras do estudo e pós-doutoranda em genética evolucionária da Universidade de Sussex, publicou o caso no Twitter - mas não quis identificar o editor/a ou o veículo responsável pelas críticas. No entanto, uma investigação do site RetractionWatch informa que se trata de uma revista da família PLoSone.

Através de seu site, a PLoS divulgou um comunicado sobre a revisão:

"Nos arrependemos do tom, do espírito e do contéudo dessa revisão. Levamos as revisões muito a sério e estamos analisando esse caso. Os editores tem autonomia para oferecer críticas, mas sempre acompanhamos questões levantadas em qualquer parte do processo".

Um dia triste para as mulheres na ciência.