Sociedade
Sexismo na ciência: pesquisadoras são aconselhadas a conseguir um autor (homem) para assinar um estudo com elas
E, dessa forma, garantir a publicação. Pode isso, Arnaldo?
1 min de leituraA redação está chocada com essa notícia, publicada no Washington Post: depois de submeter um estudo para publicação, duas cientistas receberam um 'conselho' bizarro da revista em questão. A sugestão era que as pesquisadoras arranjassem 'um ou dois homens' para assinar o estudo com elas - com ênfase no homem. Dessa forma, elas garantiriam que os resultados de seu trabalho não fossem apenas 'interpretações empíricas'.
Oi?
Os conselhos seguem, dizendo basicamente que, como homens são mais objetivos e 'rápidos', eles conseguem espaços em publicações de maior prestígio.
Sim, devemos considerar que o estudo em questão poderia realmente ter falhas metodológicas. Mas em que planeta a simples presença de um homem entre os nomes de autores poderia resolver essas questões? E uma mulher não teria capacidade de fazer o mesmo?
Fiona Ingleby, uma das autoras do estudo e pós-doutoranda em genética evolucionária da Universidade de Sussex, publicou o caso no Twitter - mas não quis identificar o editor/a ou o veículo responsável pelas críticas. No entanto, uma investigação do site RetractionWatch informa que se trata de uma revista da família PLoSone.
Através de seu site, a PLoS divulgou um comunicado sobre a revisão:
"Nos arrependemos do tom, do espírito e do contéudo dessa revisão. Levamos as revisões muito a sério e estamos analisando esse caso. Os editores tem autonomia para oferecer críticas, mas sempre acompanhamos questões levantadas em qualquer parte do processo".
Um dia triste para as mulheres na ciência.