• Tomás Mayer Petersen
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Genghis Khan foi o principal líder do Império Mongol (Foto: Wikimedia Commons)

Genghis Khan foi o principal líder do Império Mongol (Foto: Wikimedia Commons)

Formado a partir da união de várias tribos pastoris nômades por Genghis Khan, o Império Mongol, que durou entre 1209 e 1368, foi o maior em extensão territorial da história. Ao todo, chegou a ter 24 milhões de quilômetros quadrados da China até a Europa Oriental. Mas seu tamanho e complexidade acabaram por dividi-lo.

Entenda como guerreiros a cavalo estabeleceram controle sobre a maior parte do mundo conhecido na época.

Origem
Durante o século 12, a região de planícies geladas, onde hoje é a Mongólia, consistia em um aglomerado de tribos nômades que guerreavam entre si. Entre esses povos estavam os mongóis. E, entre os mongóis, um líder guerreiro se destacou: Temujim, que ao derrotar o líder Wang Khan, passou a se chamar Genghis Khan.

E foi ele que, com seu carisma e suas vitórias militares, conseguiu unir todas as tribos mongóis como um só povo. Em 1206, o conselho tribal (kurultai) o elegeu como líder universal, dando início oficialmente ao Império Mongol.

Primeiras conquistas
A primeira campanha do Império Mongol foi contra o Império Xi Xia, situado no noroeste da China. As invasões culminaram com uma declaração de fidelidade dos Xi Xia aos mongóis. Em seguida foi a vez da poderosa Dinastia Jin, que ocupava a porção norte da China. Ao derrubar Pequim em 1215, o Império Mongol conseguiu estabelecer soberania territorial ao norte do Rio Amarelo.

Em direção ao Ocidente, o Império Mongol já havia atravessado o Cáucaso, chegando até a Crimeia. Também entrou em confronto, a partir de 1219, com o Império Corásmio, um estado persa que dominava a região onde hoje é o Irã e a Ásia Central.

Genghis Khan morreu em 1227, durante uma campanha para destruir a Dinastia Xi Xia, que havia negado apoio durante as invasões ao Império Corásmio. A essa altura, o Império Mongol já estava consolidado entre o Mar Cáspio e a costa da China, delimitado ao norte pela Sibéria e ao sul pelo Tibete.

Supremacia militar
Durante a expansão do Império Mongol no século 13, as frias e secas planícies da Mongólia viveram seu período de maior umidade e fartura em um milênio. Isso possibilitou um rápido aumento nos seus rebanhos, inclusive de cavalos de guerra. E era justamente a cavalaria a principal vantagem das tropas mongóis: com manobras ágeis, aliadas ao uso de arco e flecha, eles conseguiam fazer grandes estragos aos adversários sem serem alcançados. Para conquistar cidades fortificadas, eles contavam com a ajuda de engenheiros dos povos que haviam conquistado, como chineses, árabes e persas.

Sucessão de poder
Com a morte de Genghis Khan, o kurultai escolheu um novo líder: seu filho Ögodei foi eleito em 1229. Suas primeiras ações foram dizimar as dinastias Xi Xia e Jin, firmando a presença do Império Mongol na China. Foi sob Ögodei que os mongóis chegaram até a Europa, saqueando cidades na Polônia e na Hungria. As tropas estavam às portas de Viena, na Áustria, quando tiveram que retornar à Mongólia para escolher o sucessor de Ögodei, que morrera em 1241.

O império viveu um período de instabilidade até 1251, quando Mongke, neto de Genghis, assumiu o trono. Ele confiou os exércitos aos seus dois irmãos, Hulagu e Kublai. O primeiro comandou uma campanha ao Oriente Médio, onde destruíram Bagdá, centro do poder islâmico, em 1258. Hulagu chegou até Damasco, na Síria, e foi impedido de entrar no Egito pelos mamelucos.

Divisão
A morte de Mongke levou a uma guerra civil que durou até 1264, durante a qual diferentes líderes brigaram pelo poder. Kublai Khan saiu vitorioso, mas a disputa levou a uma posterior divisão do Império Mongol em quatro khanatos. Kublai ficou com a maior parte, que compreendia os domínios na Mongólia e na China. Mais tarde, Kublai fundou a Dinastia Yuan em 1271, ao mudar a capital imperial para Pequim. A partir disso, conseguiu dominar toda a China em 1276.

Declínio
Com a morte de Kublai Khan em 1294, a desintegração do Império Mongol se intensificou. O islamismo e o surgimento de novas forças, como as dos turcos, ajudaram a tirar a identidade mongol dos khanatos. Restava apenas a Dinastia Yuan, que manteve sua soberania na China nos anos seguintes, embora marcados por crises econômica e desastres naturais. Em 1368, o Império Mongol chegou oficialmente ao fim, quando o último líder da Dinastia Yuan abandonou a capital em Pequim com a chegada das tropas da Dinastia Ming.