• Redação Galileu
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Zumbi dos Palmares  (Foto: Wikimedia Commons)

Zumbi dos Palmares seria dono de escravos também? (Foto: Wikimedia Commons)

O Dia da Consciência Negra é celebrado no dia 20 de novembro, quando morreu Zumbi dos Palmares, um símbolo de resistência do povo negro na história brasileira. No entanto, a história do líder carrega uma polêmica: ele tinha escravos? 

A assunto é abordado no livro Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, escrito por Leandro Narloch, que conta que o líder mantinha a escravidão no Quilombo dos Palmares.  Segundo o autor, era pouco provável que Zumbi, um indivíduo que vivia em meio a uma sociedade escravocrata, defendesse os valores de liberdade e igualdade que conhecemos hoje.

Mas, segundo o museu AfroBrasil, o “Estado” dentro do quilombo era baseado em um tipo de “Estado africano” — o chefe (chamado de rei por força de expressão) era eleito, contestado e até podia chegar ser afastado por uma assembleia geral dos quilombolas. Mas isso não significa que Palmares era uma democracia: o local ainda tinha muitas das características sociais do século 17.

O mais provável, segundo historiadores, é que o regime escravista do quilombo fosse semelhante ao já existente na África, onde cativos de guerra eram forçados a trabalhar a terra por um tempo, como uma forma de punição. Eles então teriam alguns “direitos” não garantidos pela escravidão comandada pelos brancos.

Não existe, porém, um conceito específico para identificar o sistema político-social de Palmares. A política da terra pode ser vista como uma "socialização", em que não havia propriedade, posse, dinheiro, classes sociais. 

O que se sabe sobre a vida adulta de Zumbi é que ele era o homem de confiança do chefe do povoado, Ganga Zumba, e trabalhava como líder do exército de Palmares. No final do século 17, já liderava sozinho o quilombo. Ele morreu em 20 de novembro de 1695, após ser traído e morto por um companheiro, Antônio Soares.