• Redação Galileu
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Pessoas que geralmente se preocupam muito e se sentem ansiosas têm maior probabilidade de estocarem papel higiênico (Foto: Creative commons)

Pessoas que geralmente se preocupam muito e se sentem ansiosas têm maior probabilidade de estocarem papel higiênico (Foto: Creative commons)

No início da pandemia de Covid-19, um comportamento visto mundo afora intirigou a humanidade: pessoas acabando com os estoques de papel higiênico nos supermercados. Por quê? Foi o que se perguntaram pesquisadores do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, que decidiram fazer um estudo para descobrir a resposta.  

No total, 1.029 adultos de 35 países foram recrutados por meio de redes sociais. Entre os dias 23 e 29 de março de 2020, os participantes realizaram um teste chamado Brief HEXACO Inventory, que classifica seis domínios amplos de personalidade. Os voluntários também compartilharam com os cientistas seus dados demográficos, o nível de ameaça percebido da Covid-19, seus comportamentos durante a quarentena e o consumo de papel higiênico nas semanas anteriores ao estudo.

Os pesquisadores concluíram a sensação de ameaça causada pela pandemia foi o principal fator que fez as pessoas estocarem papel higiênico: aqueles que se sentiram mais ameaçados eram mais propensos a encher a casa com esse item de higiene.

Mas a personalidade também influencia: em cerca de 20% dos casos, essa atitude se deu em pessoas que tendem a se preocupar muito e se sentir ansiosas. Indivíduos extremamente organizados, diligentes, perfeccionistas e prudentes também se destacaram entre os estocadores.

O estudo identificou ainda que idosos estocaram uma maior quantidade de papel higiênico do que os mais jovens. Em termos geográficos, norte-americanos estocaram mais do que europeus. 

Mas, segundo os autores, outras variáveis não analisadas na pesquisa também podem explicar essa atitude. "A ameaça subjetiva da Covid-19 parece ser um gatilho importante para o armazenamento de papel higiênico. No entanto, ainda estamos longe de compreender esse fenômeno de maneira abrangente", conclui Theo Toppe, coautor do estudo, em nota. Vai entender, né?