• Redação Galileu
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O ator Harrison Ford em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)

O ator Harrison Ford em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)

Em 1982, chegava aos cinemas Blade Runner - O Caçador de Androides, filme de ficção científica que logo se tornou um ícone da cultura pop. Dirigido pelo cineasta Ridley Scott, o longa foi inspirado no livro Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, do escritor Philip K. Dick. 

A história de Blade Runner se passa em um futuro sombrio: o mundo em novembro de 2019, no qual os replicantes, criaturas humanóides e parecidas com robôs, trabalhavam para os humanos. Havia também carros voadores, inteligência artificial extremamente avançada e viagens espaciais. 

A trama foi otimista sobre o desenvolvimento tecnológico. Robôs ainda não são avançados a ponto de se rebelarem contra seus criadores – até porque nem todas as máquinas autônomas que existem hoje são consideradas robôs. “Para se tornar um robô é preciso ser físico, como um carro autônomo ou um robô de operação industrial”, disse Flavio Tonidandel, professor do Centro Universitário FEI e pesquisador de robótica e inteligência artificial (IA), em entrevista à GALILEU em maio de 2019

Em Blade Runner (1982), a replicante Rachael é uma robô criada para servir humanos (Foto: Reprodução)

Em Blade Runner (1982), a replicante Rachael é uma robô criada para servir humanos (Foto: Reprodução)

Outro ponto que não se concretizou: robôs humanóides estão longe de ficarem 100% parecidos com as pessoas. A robô Sophia, considerada a tecnologia mais desenvolvida atualmente, possui as feições bem estáticas e membros robóticos

No filme, os replicantes também apresentavam engenharia genética de última linha, pois tinham olhos biônicos. Hoje, porém, a edição genética segue como uma ciência em experimentação. Recentemente, um dos casos mais famosos sobre o tema foi a edição de genes duas bebês por um cientista da China

Em relação aos meios de transporte, também temos muito a evoluir. Em Blade Runner, o ator Harrison Ford passeava em um carro voador. No mundo real de 2019, os principais avanços são testes em carros elétricos. Elon Musk, empresário da Tesla, anunciou que estuda a construção de picapes que terão uma aparência futurística. 

Carro voador de Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)

Carro voador de Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)

Mas a engenharia ainda não conseguiu desenvolver um sistema de transporte aéreo personalizado que permita um trânsito de carros no céu. Até porque nenhum lugar do mundo tem a infraestrutura necessária para suportar possíveis automóveis voadores. 

Viajar para fora da atmosfera da Terra é uma situação restrita para astronautas. Não há comunidades habitáveis para humanos fora do planeta terrestre e não há voos turísticos para o espaço – pelo menos por enquanto. A Virgin Galactic declarou que está pesquisando como oferecer viagens espaciais para pessoas comuns.

Nave faz viagem espacial em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)

Nave faz viagem espacial em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)

A Space X, outra compahia de Musk, também vai investir nesse meio e já divulgou que o bilionário japonês Yusaku Maezawa é o primeiro turista espacial da história. Ele vai partir a bordo da nave Big Falcon para um passeio de quatro ou cinco dias, transitando entre as órbitas da Lua e da Terra em 2023. 

Ou seja, a tecnologia do mundo de hoje ainda está distante do cenário futurístico de novembro de 2019 representado em Blade Runner. No entanto, é possível afirmar que o colapso ambiental já está acontecendo. 

Em Blade Runner (1982), a cidade de Los Angeles está sempre escura, com chuva e frio (Foto: Reprodução)

Em Blade Runner (1982), a cidade de Los Angeles está sempre escura, com chuva e frio (Foto: Reprodução)

Se no filme a cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, era coberta por fumaça, poluição, trânsito e chuva, já tivemos um "gostinho" do que é viver com pouca luz do Sol: no dia 19 de agosto de 2019, São Paulo escureceu por volta das 15h. As luminárias das ruas se acenderam automaticamente e os motoristas ligaram os faróis dos carros. Climatologistas explicaram que o fenômeno teve a ver, entre outros fatores, com as queimadas que se espalharam por diferentes estados brasileiros

Nesse sentido, Blade Runner serve como aviso de quão ruim pode ficar a sociedade sem a natureza.