Cultura
"Blade Runner": as previsões do filme para 2019 que não são realidade
Produção que estreou em 1982 mostrava um futuro sombrio: o mundo em novembro de 2019
3 min de leitura![O ator Harrison Ford em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução) O ator Harrison Ford em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/YhBfbzA_Zn7xaZ2fMb6kufRKnyo=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2019/11/04/blade-runner-1982-019-deckard-city-street-00o-gck.jpg)
O ator Harrison Ford em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)
Em 1982, chegava aos cinemas Blade Runner - O Caçador de Androides, filme de ficção científica que logo se tornou um ícone da cultura pop. Dirigido pelo cineasta Ridley Scott, o longa foi inspirado no livro Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?, do escritor Philip K. Dick.
A história de Blade Runner se passa em um futuro sombrio: o mundo em novembro de 2019, no qual os replicantes, criaturas humanóides e parecidas com robôs, trabalhavam para os humanos. Havia também carros voadores, inteligência artificial extremamente avançada e viagens espaciais.
A trama foi otimista sobre o desenvolvimento tecnológico. Robôs ainda não são avançados a ponto de se rebelarem contra seus criadores – até porque nem todas as máquinas autônomas que existem hoje são consideradas robôs. “Para se tornar um robô é preciso ser físico, como um carro autônomo ou um robô de operação industrial”, disse Flavio Tonidandel, professor do Centro Universitário FEI e pesquisador de robótica e inteligência artificial (IA), em entrevista à GALILEU em maio de 2019.
![Em Blade Runner (1982), a replicante Rachael é uma robô criada para servir humanos (Foto: Reprodução) Em Blade Runner (1982), a replicante Rachael é uma robô criada para servir humanos (Foto: Reprodução)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/Nfqu-VYRgOZtOd5SiP15P_bogis=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2019/11/04/blade-runner-rachael-replicant-sean-young-costume-makeup-eyebrows-lipstick-smoky-eye.jpg)
Em Blade Runner (1982), a replicante Rachael é uma robô criada para servir humanos (Foto: Reprodução)
Outro ponto que não se concretizou: robôs humanóides estão longe de ficarem 100% parecidos com as pessoas. A robô Sophia, considerada a tecnologia mais desenvolvida atualmente, possui as feições bem estáticas e membros robóticos.
No filme, os replicantes também apresentavam engenharia genética de última linha, pois tinham olhos biônicos. Hoje, porém, a edição genética segue como uma ciência em experimentação. Recentemente, um dos casos mais famosos sobre o tema foi a edição de genes duas bebês por um cientista da China.
Em relação aos meios de transporte, também temos muito a evoluir. Em Blade Runner, o ator Harrison Ford passeava em um carro voador. No mundo real de 2019, os principais avanços são testes em carros elétricos. Elon Musk, empresário da Tesla, anunciou que estuda a construção de picapes que terão uma aparência futurística.
![Carro voador de Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução) Carro voador de Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/k9Klc-CfIK4K2sJ7WB7ZMOzYZcU=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2019/11/04/blade-runner-syd-mead-car-design.jpg)
Carro voador de Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)
Mas a engenharia ainda não conseguiu desenvolver um sistema de transporte aéreo personalizado que permita um trânsito de carros no céu. Até porque nenhum lugar do mundo tem a infraestrutura necessária para suportar possíveis automóveis voadores.
Viajar para fora da atmosfera da Terra é uma situação restrita para astronautas. Não há comunidades habitáveis para humanos fora do planeta terrestre e não há voos turísticos para o espaço – pelo menos por enquanto. A Virgin Galactic declarou que está pesquisando como oferecer viagens espaciais para pessoas comuns.
![Nave faz viagem espacial em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução) Nave faz viagem espacial em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/SKCP3spOqxUF1oBre00dKERk5gE=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2019/11/04/landscape-1426603211-movies-blade-runner-harrison-ford-edward-james-olmos-desktop-2765x1181-hd-wallpaper-785213.jpg)
Nave faz viagem espacial em Blade Runner (1982) (Foto: Reprodução)
A Space X, outra compahia de Musk, também vai investir nesse meio e já divulgou que o bilionário japonês Yusaku Maezawa é o primeiro turista espacial da história. Ele vai partir a bordo da nave Big Falcon para um passeio de quatro ou cinco dias, transitando entre as órbitas da Lua e da Terra em 2023.
Ou seja, a tecnologia do mundo de hoje ainda está distante do cenário futurístico de novembro de 2019 representado em Blade Runner. No entanto, é possível afirmar que o colapso ambiental já está acontecendo.
![Em Blade Runner (1982), a cidade de Los Angeles está sempre escura, com chuva e frio (Foto: Reprodução) Em Blade Runner (1982), a cidade de Los Angeles está sempre escura, com chuva e frio (Foto: Reprodução)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/oq2nlE_BoF4ed_iLJtwZSKkWsSo=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2019/11/04/20141029025154-83c662e9-cu_s9999x410.png)
Em Blade Runner (1982), a cidade de Los Angeles está sempre escura, com chuva e frio (Foto: Reprodução)
Se no filme a cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, era coberta por fumaça, poluição, trânsito e chuva, já tivemos um "gostinho" do que é viver com pouca luz do Sol: no dia 19 de agosto de 2019, São Paulo escureceu por volta das 15h. As luminárias das ruas se acenderam automaticamente e os motoristas ligaram os faróis dos carros. Climatologistas explicaram que o fenômeno teve a ver, entre outros fatores, com as queimadas que se espalharam por diferentes estados brasileiros.
Nesse sentido, Blade Runner serve como aviso de quão ruim pode ficar a sociedade sem a natureza.