• Redação Galileu
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Reconstituição da preguiça Nothrotherium maquinense, com tumor em sua coxa direita, em seu local de morte. (Foto: Guilherme Gehr/Divulgação)

Reconstituição da preguiça Nothrotherium maquinense, com tumor em sua coxa direita, em seu local de morte. (Foto: Guilherme Gehr/Divulgação)

Uma equipe de pesquisadores formada por brasileiros e um norte-americano desvendou o primeiro caso de câncer em um mamífero extinto não humano do país. No estudo, publicado no último dia 26 de outubro no periódico Historical Biology, revela que o animal era uma preguiça da espécie Nothrotherium maquinense, que viveu durante o Quaternário, período geológico popularmente conhecido como Era do Gelo.

Segundo os pesquisadores, a preguiça era de porte pequeno a médio, com no máximo 1,5 metro de comprimento. O fóssil foi encontrado na Lapa dos Peixes I, caverna localizada no planalto da Serra do Ramalho, na Bahia. O animal caminhava no chão e não subia em árvores.

Tomografia computadorizada do fêmur e imagens de microscópio mostrando o padrão de crescimento do tumor (Foto: Fernando H. de S. Barbosa/Divulgação)

Tomografia computadorizada do fêmur e imagens de microscópio mostrando o padrão de crescimento do tumor (Foto: Fernando H. de S. Barbosa/Divulgação)

O tumor encontrado era um osteossarcoma parosteal, um tipo de câncer ósseo. “Isso indica que o indivíduo sofria de dores locais, inchaço localizado e limitação dos movimentos articulares, o que teria sido extremamente prejudicial para sua vida”, escrevem os autores, em nota. Mas, de acordo com eles, não é possível afirmar se o bicho morreu por causa da doença ou por uma queda acidental na caverna

Câncer ósseo em fêmur da preguiça Nothrotherium maquinense (Foto: Fernando H. de S. Barbosa/Divulgação)

Câncer ósseo em fêmur da preguiça Nothrotherium maquinense (Foto: Fernando H. de S. Barbosa/Divulgação)

Ainda que tumores do tipo sejam comuns em animais, esse é o primeiro relato em uma espécie já extinta. O fóssil encontra-se atualmente no Museu de Ciências da Terra (MCTer), do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), no Rio de Janeiro.