Ciência
Bebê com DNA de "três pais" nasce na Grécia
Forma experimental de fertilização in vitro faz com que bebê seja parente da mãe, da doadora de óvulos e do pai
2 min de leitura![O bebê é filho biológico de ‘três pessoas’ (Foto: Pexels) O bebê é filho biológico de ‘três pessoas’ (Foto: Pexels)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/Lgd2yJD7OmC9lWUsZTAboviWH0Q=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2019/04/11/adult-baby-bed-225744.jpg)
O bebê é filho biológico de ‘três pessoas’ (Foto: Pexels)
Um bebê com DNA de três pessoas nasceu na Grécia após um controverso tratamento de fertilidade. De acordo com os médicos, a mãe e a criança, que nasceu pesando 2,9 kg, passam bem. Os médicos acreditam que estão "fazendo história na medicina" e que o tratamento poderia ajudar casais com problemas de fertilidade em todo o mundo.
No processo, o bebê é parente da mãe, da doadora de óvulos e do pai. Isso porque o óvulo doado dá à criança suas mitocôndrias – estruturas produtoras de energia que possuem seu próprio material genético. Ou seja, uma pequena fração do DNA do embrião é da doadora.
O tratamento foi realizado no Institute of Life na Grécia. Segundo os médicos responsáveis, isso marca um avanço histórico, já que é a primeira vez que uma técnica de fertilização in vitro envolvendo DNA de três pessoas foi usada com o objetivo de abordar problemas de fertilidade.
O método já havia sido utilizado para garantir que crianças não tivessem doenças genéticas fatais transmitidas pela mãe através das mitocôndrias.
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Os médicos afirmam que as mitocôndrias também desempenham um papel na gravidez bem-sucedida e sugerem que a técnica poderia ser aplicada de forma mais ampla como um tratamento de fertilidade. A mulher de 32 anos já havia passado por quatro rodadas de fertilização in vitro sem sucesso.
Nuno Costa-Borges, o embriologista espanhol que colaborou com a clínica do Institute of Life na Grécia, disse que poderia ajudar “inúmeras mulheres” a se tornarem mães e descreveu o avanço como uma revolução nos tratamentos de fertilidade.
No entanto, outros disseram que essas afirmações não foram testadas.Tim Child, professor associado da Universidade de Oxford e diretor médico da Fertility Partnership, disse em entrevista ao jornal The Guardian: “Os riscos da técnica não são totalmente conhecidos, embora possam ser considerados aceitáveis se forem usados para tratar doenças mitocondriais, mas não nessa situação".
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