• Redação Galileu
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O bebê é filho biológico de ‘três pessoas’  (Foto: Pexels)

O bebê é filho biológico de ‘três pessoas’ (Foto: Pexels)

Um bebê com DNA de três pessoas nasceu na Grécia após um controverso tratamento de fertilidade. De acordo com os médicos, a mãe e a criança, que nasceu pesando 2,9 kg, passam bem. Os médicos acreditam que estão "fazendo história na medicina" e que o tratamento poderia ajudar casais com problemas de fertilidade em todo o mundo.

No processo, o bebê é parente da mãe, da doadora de óvulos e do pai. Isso porque o óvulo doado dá à criança suas mitocôndrias – estruturas produtoras de energia que possuem seu próprio material genético. Ou seja, uma pequena fração do DNA do embrião é da doadora.

O tratamento foi realizado no Institute of Life na Grécia. Segundo os médicos responsáveis, isso marca um avanço histórico, já que é a primeira vez que uma técnica de fertilização in vitro envolvendo DNA de três pessoas foi usada com o objetivo de abordar problemas de fertilidade.

O método já havia sido utilizado para garantir que crianças não tivessem doenças genéticas fatais transmitidas pela mãe através das mitocôndrias. 

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Os médicos afirmam que as mitocôndrias também desempenham um papel na gravidez bem-sucedida e sugerem que a técnica poderia ser aplicada de forma mais ampla como um tratamento de fertilidade. A mulher de 32 anos já havia passado por quatro rodadas de fertilização in vitro sem sucesso.

Nuno Costa-Borges, o embriologista espanhol que colaborou com a clínica do Institute of Life na Grécia, disse que poderia ajudar “inúmeras mulheres” a se tornarem mães e descreveu o avanço como uma revolução nos tratamentos de fertilidade.

No entanto, outros disseram que essas afirmações não foram testadas.Tim Child, professor associado da Universidade de Oxford e diretor médico da Fertility Partnership, disse em entrevista ao jornal The Guardian: “Os riscos da técnica não são totalmente conhecidos, embora possam ser considerados aceitáveis ​​se forem usados ​​para tratar doenças mitocondriais, mas não nessa situação".

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