Ciência
Regulador de metabolismo pode reverter diabetes e reduzir gordura
Testado em camundongos, o estudo aponta que a proteína BP3 tem efeitos significativos na redução de gordura
2 min de leituraUm estudo liderado pela Universidade de Georgetown e publicado no periódico Scientific Reports aponta que a proteína FGFBP3 (BP3 abreviada) pode oferecer uma nova terapia para reverter distúrbios associados à síndrome metabólica, como diabetes tipo 2 e doença hepática gordurosa.
Os pesquisadores testaram o uso da proteína em ratos obesos, o que resultou em uma notável redução de sua massa gorda, apesar dos animais terem uma predisposição genética para comer o tempo todo.
"Descobrimos que oito tratamentos BP3 durante 18 dias foram suficientes para reduzir a gordura em camundongos obesos em mais de um terço", diz o pesquisador sênior do estudo, Anton Wellstein, professor de oncologia e farmacologia no Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center.
Leia mais:
+ Caminhar durante o inverno pode ajudar a combater o diabetes
+ Criança australiana recebeu o primeiro pâncreas artificial do mundo
Os tratamentos também reduziram uma série de distúrbios relacionados à obesidade nos camundongos, como a hiperglicemia (excesso de açúcar no sangue, que muitas vezes está ligado ao diabetes) e eliminaram a gordura em seus fígados gordurosos. O exame clínico e microscópico dos camundongos não mostrou efeitos colaterais, dizem os pesquisadores.
A obesidade, que afeta mais de 650 milhões de pessoas em todo o mundo, é o principal impulsionador das síndromes metabólicas, que incluem problemas como resistência à insulina, intolerância à glicose, hipertensão e lipídios elevados no sangue.
BP3 pertence à família das proteínas de ligação do fator de crescimento de fibroblastos (FGF). Os FGFs são encontrados em organismos que variam de vermes a seres humanos e estão envolvidos em uma ampla gama de processos biológicos, como a regulação do crescimento celular, a cicatrização de feridas e a resposta a lesões. Alguns FGFs agem como hormônios.
As BP1, 2 e 3 se ligam às proteínas FGF e aumentam as suas atividades no corpo humano. Wellstein pesquisou por muito tempo o gene BP1 porque sua produção é elevada em vários tipos de câncer. O excesso da liberação da FGF pode estar relacionado ao crescimento de alguns tipos da doença.
Embora os resultados do estudo sejam estimulantes, pesquisas adicionais são necessárias antes que a proteína BP3 possa ser investigada como uma terapia humana para síndromes metabólicas, dizem os pesquisadores.
Curte o conteúdo da GALILEU? Tem mais de onde ele veio: baixe o app Globo Mais para ler reportagens exclusivas e ficar por dentro de todas as publicações da Editora Globo. Você também pode assinar a revista, a partir de R$ 4,90, e ter acesso às nossas edições.