• Redação Galileu
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Cupins (Foto: Wikicommons)

(Foto: Wikicommons)

Cientistas descobriram que cupins fêmeas em partes remotas da costa do Japão podem se reproduzir sem a necessidade de machos. A descoberta foi realizada graças a pesquisadores da Universidade de Sydney e da Universidade de Kyoto.

O doutor Toshihisa Yashiro, da School of Life and Environmental Sciences da University of Sydney comentou à revista Newsweek sobre a descoberta. “Nosso estudo é a primeira demonstração de que cupins fêmeas podem sobreviver sem machos pela evolução de uma linhagem sem sexo”, afirmou.

O time de cientistas fez a descoberta ao estudar colônias maduras de dez populações de cupins no Japão. Insetos de 37 colônias exclusivas de fêmeas foram comparadas com 37 outras colônias com sexos misturados.

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Ao examinar a espermateca – um órgão que armazena o esperma – das rainhas em todas as populações fêmeas, a equipe percebeu que ele estava vazio, mas as criaturas reproduziam-se da mesma forma.

Os cupins fêmeas também tinham aparências diferentes: a população de soldados era menor em número do que o que é geralmente observado na espécie e compartilharam o mesmo tamanho de cabeça, indicando que eram mais eficientes, de acordo com os autores.

Analisando todos os dados, os pesquisadores acreditam que os cupins assexuados divergiram da população sexual há 14 milhões de anos.

Com este estudo, a Glyptotermes nakajimai se une às formigas e abelhas bichomel na pequena lista de sociedades avançadas de animais em que machos tornam-se obsoletos. “A pergunta é por que organismos têm sexos e por que eles produzem machos (que não podem se reproduzir sozinhos), e este é um dos enigmas mais duradouros da biologia evolucionária”, afirmou Yashiro. “Apenas uma porção de animais pode se reproduzir sem machos (2% dos insetos e um número ainda menor em vertebrados”, completou.

Segundo o cientista, a descoberta mostra que machos não são essenciais para a manutenção de sociedades animais em que, anteriormente, determinavam um papel social ativo.

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