• Redação Galileu
Atualizado em
Cientistas do Instituto Karolinska apontam que células T de vacinados e infectados anteriormente reconhecem variante ômicron (Foto: Fusin Medical Animation/Unsplash)

Cientistas do Instituto Karolinska apontam que células T de vacinados e infectados anteriormente reconhecem variante ômicron (Foto: Fusin Medical Animation/Unsplash)

As chamadas células T de memória, ou linfócitos T – responsáveis pela defesa contra antígenos desconhecidos –, formadas após infecção pelo coronavírus ou vacinação de mRNA tiveram resposta contra a variante ômicron, demonstrou novo estudo de pesquisadores do Instituto Karolinska, de Estocolmo, na Suécia. A pesquisa foi publicada na sexta-feira (14) no periódico Nature Medicine.

A ômicron rapidamente se tornou a variante do Sars-CoV-2 dominante em todo o mundo. Novos dados indicam que ela não apenas é mais infecciosa que as anteriores, como pode infectar pessoas com imunidade prévia ao invadir anticorpos neutralizantes.

No entanto, uma doença mais séria causada por essa variante parece ser relativamente incomum em pessoas vacinadas ou infectadas anteriormente. Esse quadro sugere que outros componentes do sistema imune ainda são capazes de reconhecer a ômicron. É a partir dessas considerações que pesquisadores da Suécia decidiram investigar o fenômeno.

“Juntamente com fatores virais, como um nível mais baixo de replicação nas vias aéreas inferiores e outros componentes imunes, esses resultados nos são uma visão mais clara que pode explicar por que a proteção contra casos graves da ômicron permanece alta em indivíduos previamente vacinados com mRNA”, apontou o pesquisador Marcus Buggert, do Centro de Medicina Infecciosa do Instituto Karolinska, em comunicado.

O estudo é uma colaboração do Hospital Universitário Karolinska, e é baseado em amostras de sangue de 40 indivíduos vacinados, 48 indivíduos que tiveram uma infecção leve ou grave por Sars-CoV-2 e outros 48 que não haviam sido vacinados nem infectados anteriormente.

As amostras do grupo de vacinados foram coletadas seis meses depois da segunda dose da vacina, e, do grupo previamente infectado, 9 meses após a infecção confirmada no segundo trimestre de 2020 – e antes do surgimento das novas variantes virais. Outras amostras foram retiradas de doadores saudáveis no final de 2020.

As células T de memória em ambos os grupos experimentais (dos vacinados e dos que tiveram infecção) exibiram uma boa habilidade de reconhecer a proteína da variante ômicron. A melhor resposta, no entanto, foi observada no grupo vacinado.

“Esses resultados sugerem que o reforço na imunização pode fornecer benefícios que vão além da indução de anticorpos neutralizantes, para aumentar a proteção contra episódios recorrentes de Covid-19 grave”, explicou Buggert.

Muito embora a resposta da célula T estivesse intacta contra a ômicron, alguns indivíduos não responderam tão bem. “Agora queremos entender por que a resposta diferere de um indivíduo para o outro, e se uma terceira dose da vacina pode aumentar ainda mais a resposta das células T contra a variante ômicron”, completou o pesquisador.