• Redação Galileu
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Sars-CoV-2 em uma célula com ramificações (Foto: Elizabeth Fischer, Miscroscopy Unit NIH/NIAID)

Sars-CoV-2 em uma célula com ramificações (Foto: Elizabeth Fischer, Miscroscopy Unit NIH/NIAID)

Nesta sexta-feira (12), cientistas associados à Rede Corona-ômica e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciaram a descoberta de mais uma variante brasileira do Sars-CoV-2. Assim como as cepas brasileiras já conhecidas, P1 (encontrada de Manaus) e P2 (descoberta no Rio de Janeiro), ela possui a mutação E484K na proteína S (spike) do vírus, relacionada à uma maior capacidade de transmissão.

Além disso, a mutação também preocupa os cientistas por ser o principal alvo da maioria das das vacinas e dos testes de diagnóstico desenvolvidos até agora. O temor gira em torno da possibilidade de que a cepa escape de anticorpos gerados pelas vacinas, diminuindo a eficácia dos imunizantes. Estudos ainda serão necessários para verificar se isso realmente acontece.

Até agora, as vacinas existentes apresentam eficácia, mas cientistas alertam que a campanha de vacinação deve ser acelerada para conter a transmissão do vírus e, consequentemente, o surgimento de novas variantes.

Chamada provisoriamente de VOI 9 (variante de interesse, em inglês), a nova cepa tem origem na linhagem B.1.1.33 — diferentemente das variantes P1 e P2, originadas pela linhagem B.1.1.28. Segundo os cientistas, já se espalhou por estados de todas as regiões, com exceção da Centro-Oeste.

A VOI 9 foi detectada por um sequenciamento realizado pela Rede Corona-ômica, que conta com a participação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/BA). Todas são coordenadas por um quinto membro da Rede, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).

O estudo sequenciou 195 genomas coletados entre os dias 1º de dezembro de 2020 a 15 de fevereiro de 2021. As amostras pertenciam a pacientes com Covid-19 de 11 a 90 anos. Os voluntários viviam em 39 municípios distribuídos por Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte. O trabalho, assinado por 22 pesquisadores, foi submetido à análise de revistas científicas para publicação.

Em estudo independente, a Fiocruz também identificou a nova cepa. Segundo artigo disponível em pré-publicação na Virological.org, a VOI 9 foi detectada entre novembro de 2020 e fevereiro de 2021, provavelmente surgiu em agosto do ano passado e já se espalhou por estados do Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do país.

Com informação de O Globo.