• Redação Galileu
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Cientistas recriaram neurônios humanos em laboratório — e eles funcionam (Foto: Nature Communications)

Cientistas recriaram neurônios humanos em laboratório — e eles funcionam (Foto: Nature Communications)

Um grupo de cientistas desenvolveu um neurônio artificial feito de silício — e isso pode revolucionar a medicina. O feito foi publicado na revista científica Nature Communications e contou com pesquisadores de diversas partes do mundo.

Há anos os especialistas tentam desenvolver algo do tipo, mas compreender o funcionamento dos neurônios já era um desafio, que dirá recriá-los em laboratório. Isso porque as respostas neurais não são lineares, ou seja, um mesmo sinal pode ter resultados diferentes após passar pela célula.

A proeza do novo artifício é que a equipe projetou o chip com precisão para se comportar exatamente como as células do nosso próprio cérebro — e funcionar com apenas um bilionésimo da potência de um microprocessador. 

“Até agora, os neurônios eram como caixas pretas, mas conseguimos abrir a caixa preta e espiar por dentro. Nosso trabalho está mudando o paradigma porque fornece um método robusto para reproduzir as propriedades elétricas de neurônios reais em mínimos detalhes", explicou Alain Nogaret, membro da equipe, em comunicado.

Essa tecnologia permitirá que os médicos desenvolvam implantes médicos e outros dispositivos bioeletrônicos que não apenas simulam o funcionamento dos neurônios, mas os reproduzem. "Esse trabalho abre novos horizontes para o design de chips neuromórficos, graças à sua abordagem exclusiva para identificar parâmetros cruciais desses circuitos analógicos”, pontuou Giacomo Indiveri, coautor do estudo.

Os estudiosos acreditam que o modelo desenvolvido por eles é muito versátil e que, por isso, poderá ser utilizado no tratamento de outras condições, como Alzheimer e problemas cardíacos, por exemplo. "Nossa abordagem combina várias inovações. Podemos estimar com precisão os parâmetros precisos que controlam o comportamento de qualquer neurônio com certeza", afirmou Nogaret.