Saúde
Doença parecida com a leishmaniose é descoberta em Sergipe
Já aconteceram 150 casos em Aracaju, com duas mortes. Pesquisadores ainda não conhecem espécie do parasita que causa a enfermidade
1 min de leitura![Novo parasita visto no microscópio (Foto: Alynne Karen Mendonça de Santana/ FMRP) novo parasita visto no microscópio (Foto: Alynne Karen Mendonça de Santana/ FMRP)](https://cdn.statically.io/img/s2.glbimg.com/p9PwVb35l_zlpjw1AKjbsWEI5Dk=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2019/10/01/20190930_00_leishmania_parasita.jpg)
Novo parasita visto no microscópio (Foto: Alynne Karen Mendonça de Santana/ FMRP)
Uma doença com sintomas muito parecidos com os da leishmaniose foi descoberta por uma equipe de pesquisadores brasileiros, que publicaram a descoberta na revista científica Emerging Infectious Diseases. Em Aracaju, já foram registrados 150 casos da enfermidade e duas pessoas morreram.
O parasita que causa a doença, no entanto, ainda é desconhecido. Os cientistas – ligados à Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), à Universidade Federal de Sergipe, à Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto e à Fundação Oswaldo Cruz – acreditam que se trata de uma espécie inédita, porque não encontraram qualquer relação com o gênero Leishmania. Mas a enfermidade misteriosa se manifesta da mesma forma que a leishmaniose: entre os sintomas estão perda de peso, febre, anemia e aumento do fígado e baço.
A leishmaniose é transmitida pela picada de um inseto conhecido como mosquito-palha. E os autores do estudo acreditam que esse também seja o caso da doença que assola Sergipe. Testes de laboratório mostraram que o parasita consegue atingir humanos e camundongos. Os pesquisadores colocaram camundongos em contato com o microrganismo e perceberam que ocorreram daos ao fígado dos animais.
“Hoje temos resultados, ainda não publicados, que nos fazem acreditar que seja, sim, um novo parasita, de uma nova espécie e que seja, sim, uma nova doença facilmente confundida com a leishmaniose”, disse a principal autora do estudo, Sandra Maruyama, da Ufscar, no interior paulista.
Segundo a cientista, o novo parasita é semelhante, mas não igual, a um outro parasita chamado Crithidia fasciculata, que infecta só insetos. O time de cientistas pretende nomear e descrever a nova espécie nos próximos meses e realizar mais estudos para entender o ciclo de vida e as formas de transmissão da doença que ele causa.