• Redação Galileu
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Imagens de microscópio das três fases da vida da Naegleria fowleri: cisto, trofozoíto e flagelado (Foto: Wikimedia Commons)

Imagens de microscópio das três fases da vida da Naegleria fowleri: cisto, trofozoíto e flagelado (Foto: Wikimedia Commons)

A norte-americana Lily Avant morreu na última semana após contrair uma ameba conhecida como "comedora de cérebro" enquanto nadava em um rio, no Texas. A menina tinha apenas de 10 anos e faleceu menos de 20 dias após ser infectada pelo microrganismo.

O caso da jovem não é o primeiro. Em novembro de 2018, um menino do sul da Califórnia morreu apenas três dias após ser hospitalizado por conta da doença. Entretanto, felizmente, a infecção é extremamente rara: entre 2006 e 2016 apenas 40 casos foram reportados nos Estados Unidos.

Mas, afinal, o que é esse organismo misterioso? A "ameba comedora de cérebro" nada mais é que o protozoário Naegleria fowleri. Ele é comumente encontrado no solo e em locais de água doce quentes, como lagos, rios e fontes termais.

A ameba geralmente infecta as pessoas quando a água contaminada entra no corpo através do nariz. Uma vez dentro do organismo, o protozoário viaja para o cérebro onde causa uma doença conhecida como Meningoencefalite Amebiana Primária, que pode ser fatal.

Embora na maior parte das vezes a infecção ocorra quando a pessoa nada ou mergulha em águas contaminadas, outras fontes podem conter o N. fowleri: piscinas inadequadamente cloradas ou mesmo água da torneira, se em contato com o nariz.

Os sintomas da doença consistem, inicialmente, na perda do olfato e do paladar, que ocorrem cerca de cinco dias após a infecção inicial. Em seguida, como o protozoário continua a migrar pelo tecido nervoso, uma resposta imune do corpo é desencadeada, resultando em uma inflamação do cérebro que gera rigidez do pescoço e dor de cabeça.

Como explicam os especialistas, à medida que a infecção progride, sintomas secundários começam a aparecer, como delírios, alucinações e convulsões. Eventualmente, o aumento da pressão craniana gerada pela inflamação faz com que o paciente morra.

De acordo com a revista Scientific American, a doença tem taxa de fatalidade de 97%. Um tratamento à base de miltefosina, um medicamento experimental para leishmaniose, tem se mostrado promissor no combate a amebas como a N. fowleri. No Brasil, não se tem registros de casos recentes da doença. 

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