• Nathalia Fabro
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Psoríase é comum nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo (Foto: Jacopo188/Wikimedia Commons)

Psoríase é comum nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo (Foto: Jacopo188/Wikimedia Commons)

Talvez você nunca tenha ouvido falar da psoríase, mas pode ter conhecido alguém que teve a doença, uma das mais comuns do planeta. Só no Brasil são mais de 5 milhões de pessoas afetadas, segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O problema se manifesta, principalmente, como lesões e manchas dermatológicas em placas descamativas, nas quais há coceira, vermelhidão e até dores.

Mas, afinal, o que é a psoríase? Trata-se de uma enfermidade crônica, inflamatória e autoimune. Ou seja, uma reação do próprio organismo. Ocorre com mais frequência na pele dos cotovelos, joelhos e couro cabeludo, mas também pode aparecer nas mãos, pés e unhas. 

Contudo, não é restrita à derme, podendo afetar órgãos, articulações e provocar doenças cardiovasculares e alteração da pressão. "A psoríase deixou de ser classificada como uma doença de pele e hoje é uma doença sistêmica", diz a GALILEU Roberto Souto, dermatologista. "Com a artrite psoriática, por exemplo, a pessoa pode apresentar restrição dos movimentos."  

Psoríase também pode atingir mãos e unhas  (Foto: Flickr/Psoriasis-Netz/Creative Commons)

Psoríase também pode atingir mãos e unhas (Foto: Flickr/Psoriasis-Netz/Creative Commons)

Além do desconforto físico, a enfermidade pode atrapalhar o convívio social do paciente, afetando relações familiares, de trabalho e até a autoestima. De acordo com a pesquisa global CLEAR4, cerca de 85% das pessoas com psoríase já se sentiram discriminadas. No Brasil, este número é de 94%. 

Para o dermatologista Souto, parte disso é causada pela falta de informação, principalmente porque ainda há quem acredite que a doença é contagiosa. A psoríase, no entanto, é "ativada" pela predisposição genética e fatores externos, tais como o tabagismo, consumo de álcool, estresse emocional, obesidade e o uso de alguns remédios. 

Tratamento
Por ser uma doença autoimune, não tem cura. Porém, com acompanhamento médico, pode ser controlada. "Isso vai de acordo com cada pessoa", afirma Souto. O controle pode ser feito com intervenção utópica (cremes e pomadas), medicamentos, injeções e fototerapia – exposição da pele à luz ultravioleta. 

Lesão de psoríase (Foto: Eisfelder/Wikimedia Commons)

Lesão de psoríase (Foto: Eisfelder/Wikimedia Commons)



Durante o tratamento, é essencial que a pele seja hidratada com produtos indicados por um profissional de saúde. O dermatologista alerta que receitas caseiras podem queimar a derme e piorar a situação. Em alguns casos, é indicado tomar sol, mas isso varia para cada paciente, pois o excesso de luz solar pode ser perigoso. 

Coçar as lesões é proibido! De acordo com Souto, o tratamento sempre será baseado no estilo de vida de cada paciente — ou seja, o método que funcionou com seu amigo pode não ser o melhor para você. 

A doença
A psoríase é classificada em diferentes níveis: leve, média, moderada e grave. Pesquisadores ainda não sabem com certeza sua origem, mas acredita-se que os linfócitos T – glóbulos de defesa do organismo – liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos. Com isso, o corpo dilata vasos sanguíneos, que são infiltrados com células chamadas neutrófilos.

Caso mais grave de psoríase, com lesões bem avermelhadas pelo braço (Foto: Pixabay/Hans/Creative Commons)

Caso mais grave de psoríase, com lesões bem avermelhadas pelo braço (Foto: Pixabay/Hans/Creative Commons)

"Como as células da pele estão sendo atacadas, sua produção também aumenta, levando a uma rapidez do seu ciclo evolutivo, com consequente grande produção de escamas devido à imaturidade das células", informa o site da SBD. O ciclo não permite a eliminação completa das células mortas, o que acaba gerando as manchas e lesões na pele. 

Pele Sem Psoríase
Por ser uma das doenças mais comuns no mundo, a entidade Psoríase Brasil criou a campanha "Pele Sem Psoríase", que busca conscientizar a população sobre as causas, sintomas e controle da doença. "O objetivo é desmistificar a psoríase, ressaltando a importância do diagnóstico precoce", destaca Souto. Para saber mais sobre as ações, acesse o portal www.pelesempsoriase.com.br